O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MP-TCU) pediu a abertura de um procedimento para apurar o uso ilegal de equipamentos de espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para vigiar opositores do governo Bolsonaro e jornalistas.
Segundo o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, que apresentou o pedido, “há claro abuso e deturpação das finalidades do órgão quando utilizado para realizar monitoramento de desafetos políticos do ex-presidente da República”.
A Polícia Federal também está investigando o caso e prendeu dois servidores, Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Izycki, que participaram da arapongagem ilegal. Eles foram demitidos pelo governo federal.
Em operações de busca e apreensão, a PF encontrou US$ 150 mil escondidos na casa de um diretor da Abin, Paulo Maurício.
Os três servidores usaram ilegalmente uma ferramenta chamada “FirstMile” para monitorar a movimentação de adversários políticos, jornalistas, advogados e desafetos de Bolsonaro.
A ferramenta israelense permite que o usuário rastreie, através das antenas de telefonia, a localização de celulares. O software consegue invadir o sistema e buscar a última localização exata de determinada pessoa.
De acordo com a investigação, os ex-servidores acessaram sem qualquer autorização da Justiça. Na época, o chefe da Abin era Alexandre Ramagem, amigo pessoal da família Bolsonaro e atual deputado federal.