Em Minas Gerais e Piauí, candidatos do PT e do PR estão sendo investigados pelos Ministérios Públicos Eleitorais por terem pago serviços de campanha e elogios “fake” nas redes sociais.
Pelo menos 14 candidaturas contrataram os serviços da agência Follow, do deputado federal e candidato ao Senado Miguel Corrêa (PT-MG), segundo o jornal “O Globo”. Estão envolvidas candidaturas petistas ao Senado, a diversos governos de estados, além da de Lula à presidência. Para a câmara federal foram citadas candidaturas do PT e do PR.
De acordo com a lei eleitoral, qualquer tipo de impulsionamento nas mídias digitais deve acontecer diretamente com a empresa (Facebook, Twitter, etc.). Além disso, a propaganda eleitoral deve estar “identificada de forma inequívoca como tal”, ou seja, não pode parecer uma opinião pessoal. A lei prevê multa de R$ 5 mil a R$ 30 mil para os casos em que a propaganda irregular for confirmada.
As investigações começaram após Paula Holanda, conhecida por ser uma “digital influencer”, ter publicado em suas redes sociais que recebeu o convite para fazer parte de um esquema, no qual ela deveria tecer elogios e compartilhar matérias favoráveis a determinados candidatos em troca de dinheiro.
Em um vídeo, Breno Nolasco, que foi assessor do deputado Miguel, explica como os negócios funcionavam. A agência criou dois aplicativos, o “Follow” e “O Brasil Feliz de Novo” (específico para a campanha de Lula), a partir dos quais os funcionários deveriam compartilhar as notícias que favorecessem determinados candidatos. Para cada notícia compartilhada, o funcionário ganharia uma quantidade de pontos, que poderiam lhe render até R$ 1 mil por mês.
Além disso, cada participante receberia R$ 3 por amigo que trouxesse para os aplicativos, assim como os que estes amigos trouxessem, como em um esquema de pirâmide.
Até o fechamento desta edição, os serviços do aplicativo “Follow” foram retirados, mas ele ainda pode ser baixado nos celulares.
P. B.