O Ministério Público Federal (MPF) apresentou nesta terça-feira (21) a 25ª denúncia contra o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (MDB), no âmbito da operação “Lava Jato”. O MPF acusa a organização criminosa de Cabral de receber propina na obras de urbanização do Complexo do Alemão, da construção do lote um do Arco Metropolitano, da reforma do estádio do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 e da construção da linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro.
Todas as propinas seriam pagas pela empreiteira Odebrecht. A denúncia é baseada nas provas recolhidas nas operações Calicute, Eficiência e Tolypeutes, relizadas pela força tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro.
Os procuradores do MPF afirmam que, antes mesmo da publicação do edital de licitação das obras do PAC Favelas, já era de conhecimento prévio quais seriam as empresas vencedoras, havendo um acerto entre elas para que uma não atrapalhasse a outra e para que se desse cobertura em relação às propostas a serem apresentadas. Os pagamentos eram feitos através do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht.
“Os registros feitos no sistema da Odebrecht (Drousys) e dos colaboradores têm origem absolutamente autônoma e se complementam, na medida em que, em muitas oportunidades, apontam a mesma operação”, informam os procuradores que assinam a 25ª denúncia contra o ex-governador.
Sergio Cabral já foi condenado a 123 anos e 4 meses de prisão na operação Lava Jato, sendo que cinco sentenças foram assinadas pelo juiz Marcelo Bretas. Na primeira, o emedebista foi condenado há 45 anos e 2 meses, sendo a maior pena imposta em primeira instância em processo ligado à operação Lava Jato; na segunda, recebeu penalidade de 13 anos; na terceira, pena de 15 anos; na quarta, 13 anos e 4 meses; e na quinta, 22 anos e 8 meses.
Além disso, ele foi condenado a 14 anos e 2 meses de prisão pelo juiz Sergio Moro — decisão que foi confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (PR, SC e RS). O ex-governador ainda é réu em outras 19 ações penais da Lava Jato.