
O Ministério Público Federal encaminhou denúncia à Justiça Federal contra Joesley Batista, dono do grupo JBS, além de outras cinco pessoas, por crimes como corrupção passiva, ativa, embaraço a investigações e lavagem de dinheiro.
A denúncia, apresentada ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília, no dia 27 de abril, acusa o dono da JBS de ter participado de um esquema de compra de atuação de um procurador da República, durante apuração sobre fundos de pensão. A relatora do caso é a desembargadora Mônica Sifuentes.
Segundo o Ministério Público, as pessoas denunciadas agiram em favor de vazar informações que favoreciam o grupo empresarial. Para corromper o procurador Ângelo Goulart Vilella, a empresa teria oferecido R$ 1,2 milhão a Willer Tomaz, pela Eldorado Celulose – que é do grupo J&F, sob pretexto de prestação de serviços.
Além disso, uma ajuda de custo seria paga, no valor de R$ 50 mil mensais, e o pagamento de percentual de êxito na redução dos valores de avaliação das ações da Eldorado no âmbito da Operação Greenfield. Ao todo, a propina teria sido de R$ 3,7 milhões – valor referente a um contrato fictício com Willer Tomaz. A remuneração ao procurador seria de um terço do valor total.
Além do dono da J&F, foram denunciados Francisco de Assis e Silva, ex-diretor jurídico do grupo empresarial, que também teria participado do esquema de compra da atuação do procurador; Ângelo Goulart Vilella; os advogados Willer Tomaz de Souza e Juliano Costa Couto; e o publicitário André Gustavo Vieira da Silva.
“Os denunciados Joesley Batista, Franciso de Assis e Silva e Willer Tomaz de Souza ocultaram e dissimularam a natureza criminosa, a movimentação e propriedade total dos valores, sendo 1/3 da vantagem financeira paga para remunerar a prática do crime de corrupção passiva por parte do procurador Ângelo Goulart verdadeiro proprietário e destinatário da quantia, outro 1/3 para André Gustavo que iniciou as tratativas de negociação ligando corruptores corrompido e 1/3 para Juliano Costa Couto, que impedido de atuar às claras seguiu o plano criminoso em comunhão de esforços com Willer Tomaz”, afirma a denúncia.
O caso estava sendo cuidado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo, onde Vilella atua. No entanto, saiu da Justiça de São Paulo porque o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que aos fatos se relacionam às atividades do procurador em Brasília. Por isso uma nova denúncia teve que ser apresentada.