O Ministério Público Federal pediu ao juiz federal Sérgio Moro que condene, mais uma vez, o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. A acusação, desta vez, é por corrupção passiva em um esquema de desvios em contratos para o afretamento de navios sondas do grupo Jurong com a Petrobrás por intermédio da Sete Brasil.
A força-tarefa da Operação Lava Jato afirma, em alegações finais, que Vaccari “teve atuação significativa na implementação da Sete Brasil, bem como possuía, dentro da organização criminosa, elevado e preponderante poder de decisão sobre a forma como seria pactuada e destinada a propina recebida”.
“Além de arrecadar os recursos ilícitos destinados ao partido, exercia papel relevante na manutenção política dos funcionários corruptos em seus postos estratégicos”, diz a denúncia.
De acordo com o MPF, Vaccari, “na condição de tesoureiro do Partido dos Trabalhadores e de articulador do recebimento da vantagem indevida por essa agremiação, mantinha-se próximo a João Ferraz e Pedro Barusco (na Sete Brasil) e, na Petrobrás, a Renato Duque não apenas para estruturar a seu lado o esquema de solicitação e recebimento de vantagens indevidas, mas também para assegurar que parte dos valores fosse efetivamente repassada à agremiação partidária”.
O ex-tesoureiro do PT foi preso no dia 15 de abril de 2015 na 12ª fase da Operação Lava Jato. O petista foi absolvido duas vezes e condenado uma vez em segunda instância. Na ação condenatória, os desembargadores aumentaram sua pena de 10 para 24 anos.
João Vaccari Neto ainda tem condenações de seis anos e oito meses (setembro de 2016), de dez anos (fevereiro de 2017) e de quatro anos e seis meses (junho de 2017) pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na Justiça de primeira instância.
Segundo informações do jornal “O Estado de S. Paulo”, os procuradores também pedem que sejam sentenciados nesta ação o ex-gerente da área Internacional da Petrobrás, Eduardo Musa, o ex-diretor de Serviços da estatal, Renato Duque, e o lobista Guilherme de Jesus.