MPF-RJ pede afastamento do diretor da PRF por uso indevido do cargo e abuso eleitoral

O ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques. Foto: Tomaz Silva - Agência Brasil

O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ) denunciou o diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, por uso indevido do cargo e listou situações durante a campanha eleitoral em que o diretor pediu votos irregularmente para a reeleição de Jair Bolsonaro.

Por conta disso, o MPF pediu o afastamento do diretor por 90 dias.

“A vinculação constante de mensagens e falas em eventos oficiais, entrevista a meio de comunicação e rede social privada, mas aberta ao público em geral, tudo facilmente acessível na internet, sempre associando a própria pessoa do requerido à imagem da instituição PRF e concomitantemente à imagem do Chefe do Poder Executivo federal e candidato a reeleição para o mesmo cargo, denotam a intenção clara de promover, ainda que por subterfúgios ou mal disfarçadas sobreposição de imagens, verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais”, escreveu o Ministério Público.

O MPF lembra, ainda, postagem de Silvinei na véspera da votação do segundo turno da eleição pedindo voto para Bolsonaro. Depois ele apagou a mensagem.

“Não é possível […] dissociar da narrativa desta inicial a possibilidade de que as condutas do requerido, especialmente na véspera do pleito eleitoral, tenham contribuído sobremodo para o clima de instabilidade e confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores no dia do segundo turno das eleições e após a divulgação oficial do resultado pelo TSE”, argumenta o MPF.

A Polícia Federal já tinha aberto um inquérito para apurar a conduta do diretor da PRF durante o segundo turno da eleição.

No dia da eleição, contrariando determinação da Justiça, agentes da PRF pararam ônibus que faziam transporte gratuito de eleitores.

O fato aconteceu em vários Estados do país, mas foi no Nordeste onde ocorreram mais casos de blitzes ilegais contra ônibus de eleitores. No Nordeste é onde concentraram os votos a favor de Lula. O boicote da PRF não impediu a votação de Lula, mas tentou atrapalhar a eleição.

O órgão alegou que fiscalizou questões técnicas dos veículos, como condições de pneus. No dia da eleição, um bom momento para a corporação se preocupar com isso.

Silvinei também é investigado por causa do comportamento omisso diante dos bloqueios criminosos de rodovias, organizados por bolsonaristas inconformados com a derrota de Bolsonaro na eleição. O MPF aponta que há indício de omissão da PRF por motivos políticos.

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