Após a marcha de mais de 20 mil trabalhadores Sem Teto até o Palácio dos Bandeirantes, o governo estadual decidiu abrir negociação sobre a área da Ocupação São Bernardo, onde mais de 7 mil famílias estão abrigadas.
Após uma caminhada de 25 km, por dez horas, lideranças do movimento se reuniram com secretários estaduais e receberam a promessa de recursos e de “uma solução negociada” para a ocupação.
O secretário estadual de Habitação, Rodrigo Garcia (DEM), aproveitou o fim da reunião (e as vésperas das eleições) e subiu no carro de som do MTST depois do encontro de duas horas, fazendo propaganda das ações do governador tucano. Garcia disse que a gestão está disposta a negociar e buscar uma solução pacífica e anunciou uma nova reunião com lideranças dos sem-teto na próxima semana. “Nos debruçamos sobre a ocupação de São Bernardo e do que depender do governo do Estado de São Paulo e de Alckmin a busca por uma solução pacífica e negociada será interessante”, disse.
O líder do MTST, Guilherme Boulos, disse que os acenos do governo Alckmin representam uma vitória do movimento. “Voltamos com sentimento de dever cumprido e avanço no processo de negociação”, afirmou. Segundo Boulos, tanto o secretário de Habitação, quanto o da Casa Civil, Samuel Moreira (PSDB), abriram um “real processo de negociação” junto ao governo do Estado e às famílias que estão na ocupação em São Bernardo do Campo há dois meses serão cadastradas na CDHU, companhia estadual de habitação.
Há dois meses os sem-teto instalaram 7 mil barracas de lona em um terreno de 60 mil metros quadrados, pertencente à MZM Construtora. A ocupação é uma das maiores da história do país e já recebeu visitas de dezenas de artistas e políticos. Na segunda-feira (30), o cantor Caetano Veloso foi impedido de realizar um show para as famílias no acampamento.