“Encontramos muito em comum entre Prates e Magda Chambriard”, afirma a nota dos engenheiros da estatal
A Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet) divulgou nota sobre a troca do comando na presidência da Petrobrás na qual avalia o histórico de Jean Paul Prates, demitido pelo governo Lula na terça-feira (14), e a indicação de Magda Chambriard, ex-diretora geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Confira, a seguir, a nota da entidade dos engenheiros da Petrobrás.
NOTA SOBRE A DEMISSÃO DO JEAN PAUL PRATES E INDICAÇÃO DA MAGDA CHAMBRIARD PARA A PRESIDÊNCIA DA PETROBRÁS
A Petrobrás e a imprensa informam a demissão de Prates e a indicação da Magda Chambriard para a presidência da petrolífera estatal.
A Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET) avaliou o histórico dos dois, em dezembro de 2022, enquanto eram considerados candidatos para assumir a presidência da Petrobrás no início do terceiro governo Lula.
Leia na íntegra Jean Paul Prates Revelado e Magda Chambriard Revelada.
Encontramos muito em comum, Prates foi entusiasta da quebra do monopólio estatal do petróleo exercido pela Petrobrás, no governo FHC, em 1997. Defendeu a privatização da Petrobrás, participou da elaboração da Lei do Petróleo (Lei No 9478/97) e foi redator do Contrato de Concessão. Desde 1991, atuou como empresário e consultor das petrolíferas que pretendiam explorar o petróleo e o mercado brasileiros, através da Expetro Consultoria.
Enquanto Chambriard promoveu quatro leilões de petróleo, entre os quais o 1º leilão do pré-sal, da área de Libra. Defendeu a maior participação de petrolíferas estrangeiras na exploração do petróleo brasileiro. Elogiou a facilitação do governo Temer para a privatização do campo de Carcará pela Petrobrás, em favor da estatal norueguesa Statoil (atual Equinor). Foi contrária a interferência do governo para alteração da política de preços da Petrobrás, em especial com relação ao Preço Paritário de Importação (PPI) do diesel.
Prates não nos surpreendeu enquanto a direção da Petrobrás manteve investimentos baixos e dividendos insustentavelmente altos em 2023. Também não ao manter a política dos Preços Paritários de Importação (PPI), mudando apenas seu nome e a frequência dos reajustes.
Prates deixa a Petrobrás fiel e coerente com seu passado, infelizmente para o Brasil e a estatal.
Pelo histórico de Prates e Chambriard, a substituição do primeiro pela segunda nos parece trocar seis por meia dúzia. O tempo é o senhor da verdade e, mais uma vez, nos mostrará.
Felipe Coutinho
Presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET)
Maio de 2024