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O ex-presidente uruguaio, José Mujica, declarou, que vê como único caminho para a superação da crise venezuelana a convocação de eleições gerais acompanhadas de monitoramento da ONU.
“Diante da situação…eleições totais dariam uma saída, mas desde que a esta ideia se somasse um monitoramento da ONU”, afirmou o ex-presidente.
Mujica acrescentou que uma abertura de negociações, como apoiado pelo governo uruguaio, é a única forma de “evitar a guerra, a única ferramenta que há em política”.
Ele alertou ainda que “estão soando fortes os tambores de guerra no Caribe por conta da situação venezuelana e devemos recordar que, nas guerras, morrem geralmente os que não têm responsabilidade nelas”.
Mujica condenou as sanções à Venezuela, que chegaram ao ponto do congelamento de ativos da PDVSA nos Estados Unidos. “Com sanções econômicas se castiga os povos e fanatiza os governos”, disse.
Para Mujica, a saída do impasse colocado na Venezuela se torna necessária uma vez que a perspectiva de guerra é risco iminente e no qual se insere a ingerência norte-americana: “A verdade crua e dura é que o conservador Estados Unidos não aceita que a China compartilhe do manejo e dos destinos do petróleo venezuelano. Esta é a causa profunda da impaciência com que têm atacado”.
Ele terminou por ironizar os apelos de Washington por democracia: “É democracia com cheiro de petróleo, como se fez na Líbia e onde está ainda fresco o exemplo”.