No último final de semana, aconteceu uma série de atividades organizadas por mulheres capoeiristas em comemoração ao 8 de Março, Dia Internacional na Mulher.
Em São Paulo, no bairro do Bixiga, na sede da UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas), o projeto Capoeira na UMES realizou uma atividade em parceria com o coletivo Mulheres da Garoa, que reuniu mulheres, homens e jovens capoeiristas e também moradores da região.
Na abertura do evento, o grupo Mulheres da Garoa realizou uma apresentação com musicalidade, poesia e jogo de capoeira. Após a abertura, o público vivenciou ainda um Roda de Samba e movimentações de capoeira com as organizadoras da atividade.
Para finalizar, uma roda de confraternização com a presença de mestres, professores e alunos. Para Pollyana Félix, idealizadora do Mulheres da Garoa, “foi uma atividade enriquecedora, que fortaleceu nossa ação coletiva de mulheres numa ação que visa trazer para o nosso lado os homens, que estavam lá presentes e participativos! E foi isso que aconteceu hoje, integração total, troca de energia e saberes. Um muito obrigada a toda a organização e diretoria da UMES pelo apoio”, disse. O evento, contou com as presenças do Mestre Bambu, Mestre Paulão, Mestre Cacá, contramestra Vermelha, Contramestre Sapoti, entre outras lideranças da capoeira.
Também no Bixiga, na tradicional Casa Mestre Ananias, foi realizado, no sábado, o encontro do Movimento de Mulheres Iê, organizado pela contramestra Natália Fiu. “É um movimento de mulheres que acontece em diversas partes do Brasil e do mundo, onde mulheres buscam discutir, integrar e se fortalecer frente a todas as dificuldades encontradas no seu dia a dia”, disse Natália. A atividade contou com palestras, roda de capoeira, jongo e samba de roda. “Tudo organizado por mulheres que estão a frente de trabalhos na capoeira, lideranças. Um agradecimento especial à Casa que nos recebeu e abraçou a causa com carinho”.
Durante a atividade foram realizadas palestras com a atleta Samira Sakeh, com a historiadora Renata dos Santos e com a bacharel em Serviço Social, Andréa Teixeira. O evento contou também com a presença de capoeiristas de referência em São Paulo, como a mestra Mara e a contramestra Nagô.
Em Belo Horizonte, mulheres capoeiristas também comemoraram o Dia da Mulher com oficinas de capoeira e culturas populares, no evento Guerreiras da Capoeiragem 2018. O encontro contou presença forte do coletivo Mulheres da Garoa, representado por cerca de 10 capoeiristas de diversas regiões do estado de São Paulo.
Para Aline Longui, professora de capoeira que, junto com a Graduada Borboleta, ministrou oficina de Danças Populares Brasileiras, “ainda vemos muita discriminação em vários contextos, e esses eventos permitem reflexões, bate papo, vivências que possibilitem que as mulheres se encontrem, e criem entre si um potente fortalecimento. Vários coletivos estão sendo criados a partir desses eventos, e é muito rico o aprendizado dentro desses coletivos que unem mulheres de diferentes regiões, diferentes grupos, diferentes ideias, buscando uma mesma linguagem pela capoeira e conquistam também sua auto estima, autonomia, amizades, laços que se fortalecem ao longo de cada encontro”, afirmou.
Também ocorreram oficinas de Maculelê com a professora Simone Raposa; Jongo com a professora Mutante; Capoeira com a professora Lily e com as contramestras Michelinha e Japonesa.
JÚLIA CRUZ