A ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB) participou da 9ª Bienal do Livro de Alagoas, em Maceió, com o lançamento de “Por que lutamos? Um livro sobre amor e liberdade”.
A Bienal é coordenada pela Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal).
Diante de milhares de pessoas que tomaram a rua para lhe ouvir, Manuela discutiu o feminismo, denunciou as fake news e o governo Bolsonaro. “Eu e demais lideranças da esquerda somos bombardeados por mentiras a todo o instante. Nos tratam como monstros, agridem a gente, nossas famílias”, disse.
“Inventaram que eu tinha comprado meu enxoval em Miami, cidade que eu nem conheço”, usou como exemplo.
Para ela, “essa incitação à violência e à agressão, endossada por um presidente que está há 26 anos na vida pública e nunca fez nada, só agrava a situação”.
Recentemente, Manuela se solidarizou com a deputada federal Joice Hasselmann que, por se afastar de Jair Bolsonaro e denunciar um esquema de produção e divulgação de fake news na base bolsonarista, passou a ser difamada e receber ameaças.
Segundo Manuela D’Ávila, a produção de notícias falsas ataca onde “somos mais fracos, nos diz o que estamos propensos a acreditar”.
A ex-deputada e candidata a vice-presidente da República em 2018 criticou a atuação do procurador Deltan Dallagnol e do ex-juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça.
“São inúmeros conteúdos vazados e que parecem não abalar a quem de direito para punir toda aquela falta de imparcialidade. Como pode um promotor errar e não ser punido? Porque não vemos tantas pessoas serem punidas? O que me preocupa é a impunidade de um juiz”, cobrou.
“Outro ponto: ninguém está preocupado com a punição de quem matou Marielle Franco. Há ligações de Bolsonaro com as milícias e ninguém faz nada, não investiga. Essa sensação de impunidade é que me preocupa”, acrescentou.
Ela ainda disse que foi “celebrar com vocês” a soltura de Lula depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que vetou por 6 a 5 a prisão do réu após ser condenado em duas instâncias do Justiça.
Manuela parabenizou a organização da Bienal. “Ver uma universidade promovendo uma Bienal assim, no meio da rua, em um espaço público, democratizando o conhecimento e a cultura, em uma conjuntura política tão adversa é uma alegria. É preciso coragem e vontade de mudar para realizar algo assim. Essa Bienal é resistência”, declarou Manuela.
O livro “Por que lutamos? Um livro sobre amor e liberdade” busca “responder os reflexos que o feminismo desperta hoje na nossa sociedade. Vivemos tempos estranhos, não só no Brasil, mas pelo mundo afora, e resolvi escrever este livro para que o público – especialmente as mulheres – se sinta acolhido”, afirmou.
Manuela disse pelas redes sociais que depois do lançamento em Maceió, “uma das mais lindas atividades de rua em que eu já participei, recebi a triste notícia do golpe na Bolívia. E a certeza de que nosso lugar é esse: a rua, a luta, os espaços coletivos de construção da resistência”.
Na segunda-feira (11), a ex-deputada federal lançou sua obra em Salvador (BA), na Livraria Leitura do Shopping Bela Vista.