
150 mil berlinenses protestaram neste sábado (27) contra o genocídio que Israel está cometendo contra o povo palestino em Gaza. Os manifestantes marcharam com bandeiras da Palestina, faixas pedindo o fim do massacre em Gaza e com palavras de ordem de “Palestina Livre!”, “Comida e Água são direitos humanos!”, “Viva a solidariedade internacional” e “Judeus contra o genocídio”.
Os manifestantes exigiram embargo de armamentos fabricados na Alemanha a Israel.
Os participantes na marcha também se dirigiram à União Europeia, pedindo que ela aplique sanções conjuntas contra Israel como forma de pressão sobre o criminoso governo Netanyahu, para a adoção de cessar-fogo fazendo parar o morticínio de palestinos
A manifestação foi convocada por mais de 50 organizações, como a Anistia Internacional e o partido Die Linke, partido crítico do silêncio do governo alemão quanto ao genocídio.
Também aconteceram manifestações em outras cidades alemãs. Em Dusseldorf manifestantes marcharam com faixas de “Não esqueceremos Gaza” e “Liberdade para a Palestina e todos os povos oprimidos”.
“O chanceler e os ministros falam, mas não agem”, disse Ines Schwerdtner, líder do partido Die Linke. “Eles falam de ‘razões de Estado’ enquanto os hospitais são reduzidos a escombros e cinzas. Eles permanecem em silêncio sobre o genocídio e se tornam cúmplices”.
Esta e outras manifestações recentes marcam uma mudança na opinião pública alemã em relação ao que Israel está fazendo contra os palestinos que vivem em Gaza e na Cisjordânia. E evidencia a derrota da política de repressão do governo da Alemanha contra vozes pró-Palestina no país, quando a polícia alemã violentamente tentou reprimir manifestações públicas pró-Palestina sob a desculpa de combater o antissemitismo.
Devido à responsabilidade pelo Holocausto durante o domínio nazista, a Alemanha é um dos principais apoiadores de Israel e durante décadas sempre teve uma política externa de apoiar o Estado de apartheid israelense acima de tudo, chegando ao extremo de bloquear no parlamento da UE qualquer manifestação coletiva de crítica a Israel ou esforços de impedir o bloqueio israelense contra Gaza.
A repressão contra o movimento pró-Palestina na Alemanha, mesmo com a presença de muitos judeus no movimento, era parte dessa política estatal de favorecer Israel, mas começa a ceder.
A Alemanha, depois dos Estados Unidos, também é um dos principais fornecedores de equipamentos militares para Israel. Mesmo com o anúncio, no mês passado, que a Alemanha iria parar com o envio de armas que poderiam ser usadas contra palestinos em Gaza, o governo do chanceler Friedrich Merz se recusa a tomar medidas práticas no sentido de apoiar qualquer sanção contra Israel.
Veja a dimensão da manifestação nos links:
https://www.instagram.com/reel/DPJS7t0jYMz/?igsh=amJiNjFjbDdiNHR1