Em Istambul, ex-capital da Turquia e maior cidade do país, centenas de milhares de pessoas reuniram-se na Ponte Galata, na manhã da quarta-feira, 1º de janeiro, e realizaram uma marcha de repúdio ao genocídio de Israel na Palestina, juntando-se a um evento de grande escala organizado pela Fundação da Turquia para a Juventude (Turkey Youth Foundation, TUGVA), sob o lema “Acordar o mundo”, informou a Agência Anadolu.
Na marcha, convocada por uma rede de 400 organizações da sociedade civil, os participantes instalaram no centro da ponte enormes faixas com a inscrição “Parem o genocídio em Gaza” em turco e inglês, assim como bandeiras turcas e palestinas.
Entre os manifestantes estiveram políticos e ativistas do país, assim como os filhos do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
“Ninguém deveria pensar que a Turquia está dormindo. Ninguém deveria pensar que os muçulmanos estão dormindo nesta manhã, quando muitos parecem dormir se distanciando dos crimes”, disse Bilal Erdogan, filho do presidente e membro da TUGVA, no ato no centro da Ponte.
“NÃO PODEMOS IGNORAR O GENOCÍDIO”
Bilal Erdogan denunciou durante seu discurso o “genocídio” perpetrado por Israel e enfatizou que mais de 45.000 pessoas perderam a vida em Gaza, principalmente bebês, crianças, mulheres e idosos.
“A Palestina não está sozinha, sempre estivemos e estaremos ao lado dos nossos irmãos palestinos. Em Gaza, a humanidade está morrendo, a sua consciência está morrendo. Não podemos ignorar o genocídio!”, concluiu o filho do presidente turco.
Marcha ocupou a Ponte Galata e se espraiou por Istambul na manhã do dia 1º em apoio ao povo palestino (Anadolu)
Muitos manifestantes usavam Kufyias, os tradicionais lenços palestinos, para expressar o seu apoio a Gaza e carregavam faixas com slogans como “Jerusalém é nossa”, “Gaza: onde as crianças não crescem” e “Jerusalém está sob ocupação”.
SOLUÇÃO DE DOIS ESTADOS
Israel prossegue com sua ofensiva genocida na Faixa de Gaza devastada pela guerra, em total desrespeito à Corte Internacional de Justiça (CIJ), que ordenou a Israel, em uma decisão juridicamente vinculativa, que interrompesse seu morticínio de palestinos, o que pode violar suas obrigações sob a Convenção sobre Genocídio.
Os ataques das forças genocidas de Netanyahu já causaram pelo menos 45.541 mortes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou, em 30 de dezembro, que foram registrados 1.273 ataques contra instalações médicas nos territórios palestinos ocupados desde outubro de 2023, causando 1060 mortes e 1.416 feridos entre médicos e funcionários da saúde.
A atuação de Israel na Faixa de Gaza levou Benjamin Netanyahu a enfrentar um mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), que o acusa de crimes de guerra e contra a humanidade na Faixa de Gaza.