Milhares de pessoas se reuniram em Roma e mais de 50 cidades na Itália neste sábado (10) para protestar contra o decreto de segurança anti-imigrante de Matteo Salvini, ministro do Interior e líder do partido de extrema direita “Liga” antigamente chamado de Liga do Norte.
Contra a posição da maioria dos italianos o decreto do impopular Matteo Salvini, foi votado na quarta (7) no senado provocando a revolta popular. Associações da sociedade civil e de direitos humanos, sindicatos e demais organizações sociais antirracistas e de mulheres se mobilizaram e convocaram pelo facebook a manifestação no centro de Roma com seus membros portando cartazes e faixas com os dizeres “lutar contra o fascismo”, “As vidas negras importam” e “Lar para todos, fronteiras abertas” deixando claro que eram contra o decreto articulado pela extrema direita no governo e exigindo sua revogação no Senado e sua não aprovação na Câmara.
Tanto em Roma quanto nas mais de 50 cidades italianas, marchando sob o sol forte, manifestantes e ativistas também exigiram em palavras de ordem e cartazes “Não a Salvini e ao racismo” portado por um manifestante, Sérgio Serraino, membro de uma associação italiana “Emergência” de apoio aos imigrantes.
Uma grande faixa com os dizeres “Bem-vindo a todos, fronteiras abertas” serviu de ponto de encontro para muitos imigrantes que participaram massivamente do grande encontro solidário “que poderia ter contado com muito mais participantes se a polícia não tivesse impedido que muitos ônibus que os traziam saíssem de suas cidades e chegassem até Roma”, denunciou o ativista Sérgio Serraino.
O decreto muito controverso ainda precisa ser votado na Câmara dos Deputados com votação prevista para o final de novembro.
O texto aprovado até aqui no Senado substitui, entre outras, as autorizações de residência humanitária atualmente concedidas a 25% dos que pedem asilo que vale por dois anos, e a proteção especial por um período de um ano ou para vítimas de desastres naturais no país de origem que vale por seis meses.
O mesmo texto prevê ainda um procedimento de emergência para expulsar qualquer candidato a asilo que seja considerado “perigoso”, generaliza o uso de pistolas elétricas e facilita a evacuação de edifícios ocupados.
Existem na Itália 146 mil imigrantes (até o final de outubro) esperando por asilo e estes serão reagrupados em grandes centros de triagem para reduzir custos.
Salvini esteve recentemente no Brasil em visita a Bolsonaro. Os dois se consideram amigos e os dois são admiradores e amigos de Trump.
Lamentavelmente o futuro presidente do Brasil esqueceu-se do ditado: Dizei-me com quem andas, que te direi quem és.
ROSANITA CAMPOS