
As faixas principais mostram preocupação com a vida dos reféns israelenses e pedem cessar-fogo
Centenas de milhares tomaram as ruas de Tel Aviv, Jerusalém, Haifa e outras cidades de Israel, neste sábado, 9, em protesto contra o decreto de Netanyahu de ocupar toda a Faixa de Gaza, a começar pela cidade de Gaza, a maior de todas onde, apesar dos deslocamentos forçados, ainda permanecem um milhão de palestinos.
As manifestações contra a planejada exacerbação do ataque militar, exigiam o retorno dos reféns israelenses em mãos do Hamas e o cessar-fogo imediato, além da abertura de negociações que pressupõem a troca dos reféns por prisioneiros nas masmorras de Israel.
Diversos oradores nas manifestações alertaram que, ao contrário do pretendido pelos manifestantes, o plano de Netanyahu é uma sentença de morte aos reféns.
Os parentes dos cativos se sucederam entre os oradores para pedir aos dirigentes de empresas privadas, sindicatos e trabalhadores, adiram à greve geral convocada para o próximo domingo, 17.
O “plano” aprovado pelo gabinete de segurança israelense se dá em meio a um morticínio que já ultrapassa 60.000 palestinos, perto de 20 mil, crianças palestinas e foi chamado – lembrando o plano de extermínio de judeus por Hitler, a “solução final” – de “decisão final”.
O decreto de Netanyahu foi imediatamente condenado, por manifestações gigantescas por todo o Planeta e declarações de chefes de governo, incluindo a Alemanha, que suspendeu a venda de armas a Israel. Em diversos portos europeus os estivadores se negam a realizar carregamento de armas em navios direcionados a portos israelenses.
Os ultradireitistas, Smotrich e Gvir, que integram a gangue fascista no poder em Israel, exigem que a ocupação militar seja seguida da anexação de Gaza.
A oradora mais destacada da manifestação de Tel Aviv foi Einav Zangauker, mãe de Matan, que permanece cativo em Gaza, proclamou que, com o decreto, Netanyahu decidiu “destruir o povo de Israel”.
Segundo Einav, Netanyahu, “decidiu guerrear para destruir Israel, sacrificar os reféns e os valores do país, de agora em diante, cabe a nós, civis, lançar uma luta pública implacável”.
O líder oposicionista, Yair Lapid, afirmou que o plano apresentado por Netanyahu pode matar os reféns: “O significado do plano apresentado por Netanyahu é de que os reféns vão morrer, a economia vai falir, nossa posição internacional vai quebrar. Temos que negociar, trazer os reféns para casa e acabar com esta guerra”.
O líder do partido Democratas, Yair Golan, destacou que “aquilo que vimos é o maior fracasso em termos de nossa segurança e mais um passo na direção da derrota. Um primeiro-ministro que abandona dezenas de cidadãos israelenses em cativeiro à morte é um perigo para a segurança do país”. Yair Golan declarou apoio de seu partido à greve convocada para o dia 17.
RECUSEM!
Diversas faixas erguidas durante os protestos em Israel conclamavam os soldados a se recusarem a servir em Gaza: “Recusem contra os crimes”.
Durante este domingo, manifestantes convocados pela organização “De Pé, Juntos” de árabes e judeus realizaram uma concentração no Parque Hamesila, de Tel Aviv com centenas portando fotos de crianças palestinas mortas pelas tropas israelenses e abrindo uma faixa com os dizeres “18.500 crianças palestinas assassinadas”.
Durante a sexta-feira, dia 8, o deputado Ofer Cassif, do Partido Comunista de Israel (que participa da coligação judaico-árabe Haddash-Taal), ocupou a tribuna do Knesset (parlamento israelense) para conclamar as nações do mundo a boicotarem Israel no sentido de pôr fim ao morticínio em Gaza.
“Sim! Sancionem Israel! Salvem as centenas de milhares de palestinos que têm sido esfomeados e massacrados, salvem os reféns israelenses que sofrem e os que são usados como bucha de canhão para uma criminosa carnificina sem sentido, salvem a alma da sociedade israelense que está morrendo. Porque em nenhum Estado o governo deveria estar acima da justiça natural nem da lei internacional”, declarou Cassif.