Itaú, Unibanco, Bradesco e o espanhol Santander, juntos, somaram um lucro líquido de R$ 35,1 bilhões no primeiro semestre de 2024
Surfando no tsunami dos juros altos no Brasil, Itaú, Unibanco, Bradesco e o espanhol Santander, juntos, somaram um lucro líquido de R$ 35,1 bilhões no primeiro semestre de 2024. O montante equivale a uma alta de 15,4% frente ao mesmo intervalo de meses de 2023 (R$ 30,4 bi).
Apenas no segundo trimestre deste ano, o Itaú Unibanco registrou lucro de R$ 10,1 bilhões, sendo uma alta de 3,1%, na comparação com o trimestre anterior, e de 15,2%, ante o mesmo período de 2023.
Já o Bradesco registrou lucro líquido de R$ 4,716 bilhões, o que equivale a uma alta de 12% ante aos três primeiros meses deste ano e um aumento de 4,4% frente ao mesmo período do ano passado.
Por sua vez, o espanhol Santander aqui no Brasil marcou um lucro líquido de R$ 3,332 bilhões também no segundo trimestre deste ano, o que corresponde a um avanço de 10,3% ante o trimestre imediatamente anterior e um acréscimo de 44,3% frente ao mesmo período de 2023.
Assim, novamente influenciados pelo nível escorchante da taxa de juro básica (Selic) do Banco Central (BC) e do despudorado patamar do ‘spread’ bancário no Brasil, o Itaú encerrou o primeiro trimestre deste ano, com um lucro líquido de R$ 19,843 bilhões; o Bradesco lucrou R$ 8,927 bilhões e o Santander atingiu um lucro de R$ 6,353 bilhões.
Há exatamente uma semana, o Comitê de Política do Banco Central (Copom) do Banco Central (BC) decidiu continuar reforçando os ganhos dos banqueiros no Brasil, ao manter a Selic em 10,50% ao ano, nível que inibe os investimentos e o consumo no país.
A decisão do BC elevou ainda mais o juro real, que atingiu os 7,36% ao ano, segundo um levantamento feito pelo MoneYou. Em 19 de junho, última reunião do Copom, quando descontada a inflação da taxa Selic, a taxa de juro real brasileira estava em 6,79%. O Brasil tem a terceira maior taxa de juro real do mundo, entre os 40 países pesquisados pela consultora financeira, cuja média global de juro real está em 0,63% ao ano.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base em dados do Banco Mundial, o Brasil tem o terceiro maior spread bancário do mundo, com uma taxa de 27,4%, perdendo apenas para o Zimbábue e Madagascar.