O governo da Namíbia planeja redistribuir terras historicamente usurpadas aos nativos negros do país para combater a desigualdade.
De acordo com o governo metade das terras agricultáveis serão transferidas, perfazendo 15 milhões de hectares. Segundo estatísticas da União Agrícola da Namídia, até agora, em um programa baseado na transferência com base na boa vontade (desejo de vender/desejo de comprar), somente 27% das terras chegaram às mãos dos despossuídos e, segundo o presidente, que assumiu em 2015, não deu os resultados necessários.
Nos séculos 19 e 20, milhares de mamíbios negros foram expulsos de suas terras pela colonização alemã, muitos foram mortos, outros acabaram tendo que se instalar em regiões desérticas.
O presidente da Namíbia, Hage Geingob, conclama a uma mudança na Constituição de forma a permitir ao governo – após cuidadosa consideração – expropriar terras de cidadãos brancos e distrituir à maioria da população, constituída de negros. “Muitos namíbios foram expulsos de sua terra produtiva”, lembrou o presidente.
Geingob destacou ainda que “a questão da desigualdade é a fundamental” e apontou para propostas similares que agora estão sendo adotadas pelo governo da África do Sul: “Compartilhamos uma questão dolorosa a questão da racializada distribuição das terras. Isto vem de uma história comum de usurpação colonial. E agora estamos de acordo em que não será permitido que este status quo continue”.