“Somente com muita luta é que o povo consegue ser ouvido nesse Brasil”, disse o presidente num evento em Guarulhos (SP), sábado (25) à tarde
O presidente Lula deu estímulo à presença de trabalhadores da educação federal que estão em greve em um ato em Guarulhos, realizado no sábado (25), e falou a eles que “nunca deixem de reivindicar, nunca abaixem a cabeça e se conformem”.
Os professores e demais trabalhadores de universidades e institutos federais estão em greve há mais de um mês exigindo recomposição dos salários.
No evento em Guarulhos, no qual Lula inaugurou uma série de obras em rodovias na região metropolitana de São Paulo, algumas pessoas carregavam cartazes dizendo “estamos em greve”.
Em discurso, Lula leu o cartaz e celebrou o direito democrático de lutar. “Que bom que vocês podem vir em um comício do Lula e levantar um cartaz dizendo que estão em greve”.
“Que maravilha que é garantir o direito democrático das pessoas lutarem, das pessoas reivindicarem e chegarem a um acordo no momento correto”, continuou.
“Até pouco tempo atrás, ninguém podia vir aqui e reclamar e o governo daquela época também não queria negociar. Agora vocês podem, porque nosso governo é democrático e sabe lidar com diferença e contradições”, disse o presidente.
No dia anterior, em um evento em Araraquara, o presidente Lula falou que “salário não é gasto. É investimento”.
“É preciso mudar o discurso. É preciso mudar o discurso. É preciso saber o que é gasto e o que é investimento”. Segundo ele, “se a pessoa estiver trabalhando feliz e motivada, ela produz o dobro. Ela se dedica muito mais e ela vai cumprir com toda a sua tarefa”.
O Ministério da Gestão enviou para os grevistas uma proposta que coloca reajustes em 2025 e 2026, sem nada imediato. A ministra Esther Dweck falou que não há “margem para recepção de novas contrapropostas”.
A ministra apontou que não tem “espaço” no orçamento para atender a reivindicação dos grevistas. “Temos de olhar também as demais categorias, para o resto do orçamento”, destacou.
O aumento dos salários contradiz a tentativa da equipe econômica, chefiada por Fernando Haddad, ministro da Fazenda, de estabelecer um “déficit zero” nas contas públicas.
As entidades que representam os trabalhadores em greve falaram em uma coletiva de imprensa que não vão assinar a proposta do governo. Para eles, a proposta “está muito longe de recompor as perdas salariais sofridas nos últimos anos”.
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