Deputados coniventes vão se enterrar
Ladrões querem dar aos banqueiros o sangue e o suor dos que trabalham
As Centrais Sindicais, reunidas na última sexta-feira, 24, aprovaram a convocação de Greve Geral para o próximo dia 5 de dezembro contra o roubo às aposentadorias que o governo tenta cometer com a chamada “reforma” da Previdência.
Nos próximos dias, assembleias de metalúrgicos, petroleiros, trabalhadores do transporte, comerciários, servidores públicos, policiais civis e federais irão mobilizar trabalhadores em todo o país com o objetivo de barrar a PEC 287, elaborada pelo governo para impedir que o trabalhador tenha garantida a sua aposentadoria, após anos de trabalho. O plano do governo é exigir regras que inviabilizam a garantia da aposentadoria, como a idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, além de 40 anos de contribuição para o acesso à aposentadoria integral.
Em nota unitária, as centrais “convocam todas as entidades sindicais e movimentos sociais a realizarem ampla mobilização nas bases – assembleias, atos, debates e outras atividades – como processo de organização de uma Greve Nacional, no dia 5 de dezembro, contra as propostas de reforma da Previdência Social, que acaba com o direito à aposentadoria dos trabalhadores brasileiros. As Centrais Sindicais exigem que o Congresso Nacional não mexa nos direitos trabalhadores!”, diz a nota.
“O Brasil vai parar”, afirmou o presidente da CGTB, Ubiraci Dantas, Bira. “O governo Temer quer acabar com a aposentadoria do nosso povo e entregar a Previdência Social para banqueiros e o capital financeiro internacional. Temos 26 milhões e 500 mil desempregados e subempregados, estão tentando acabar com as nossas estatais estratégicas, com toda a nossa saúde, a nossa educação. Basta! Não podemos aceitar isso. Dia 5 todos na rua, vamos parar tudo: ônibus, metrô, trem, comércio, para a gente dar uma resposta a esse governo traidor da Pátria!”
As entidades denunciam também a campanha mentirosa do governo federal de que a “reforma” da Previdência irá “acabar com os privilégios” (v. matéria na página 2), quando o objetivo mesmo é o de aumentar o privilégio dos banqueiros, desviando ainda mais recursos para o pagamento dos juros, através de mecanismos como a DRU (Desvinculação das Receitas da União). Para o governo, o rombo, ou melhor, o roubo que vem ocorrendo na Previdência não é por conta da DRU, ou por conta dos perdões de dívidas bilionárias de grandes empresas com a Previdência, como a JBS que, sozinha, deve R$ 2,4 bilhões à União em receita previdenciária. Para o governo, o problema está no trabalhador que está se aposentando “cedo demais”, e recebendo muito, ou seja, no trabalhador que se aposenta com um salário mínimo, como é o caso da maioria dos aposentados pelo INSS (dois terços dos trabalhadores se aposentam com um salário mínimo e a média das aposentadorias do outro terço é de apenas dois salários mínimos).
Para Luiz Carlos Prates, o Mancha, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas, “Temer está dizendo que a reforma combate privilégios, o que é uma mentira deslavada. Nós temos de esclarecer aos trabalhadores que ela vai acabar com o direito à aposentadoria. Por isso, é tarefa de todas as centrais é se empenhar, de fato, para construir um verdadeiro dia de paralisações em todo o país. Com uma Greve Geral que pare o país. Assim, podemos enterrar de vez essa reforma que ameaça acabar com a aposentadoria”, concluiu.
“A Previdência é de interesse de toda a sociedade e dos trabalhadores, independente de categoria”, completou o secretário de organização da UGT, Chiquinho Pereira, ao anunciar que também os servidores públicos estão mobilizados para a greve.
Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), também alertou sobre a manobra da Temer: “ele mente e segue retirando direitos consagrados do nosso povo. Essa reforma não tem outro objetivo senão privatizar o maior sistema de distribuição de renda do país e condenar nosso povo a um futuro de fome e miséria”.
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