
“Conversamos com o governo americano”, informou o vice-presidente. “Não criamos esse problema, mas queremos resolver”
O vice-presidente da República e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, informou que falou, no sábado (19), com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, para discutir o fim das taxas anunciadas por Donald Trump contra o Brasil.
Mesmo com esse contato, a postura do governo dos Estados Unidos é que o tema fique nas mãos de Donald Trump, que continua querendo interferir na Justiça brasileira.
“Conversamos com o governo americano. Tivemos uma conversa com o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, uma conversa até longa, que entendo importante, colocando todos os pontos e destacando o interesse do Brasil na negociação”, falou Geraldo Alckmin na quinta-feira (24).
“Não é possível o país sofrer uma injustiça dessas”, criticou Alckmin.
O vice-presidente disse que “o Brasil nunca saiu da mesa de negociação. Não criamos esse problema, mas queremos resolver. Estamos empenhados em resolver”.
“O presidente Lula tem orientado negociação, não ter contaminação política e ideológica, mas centrar na busca de solução para a questão comercial, porque além de ter um perde-perde com a inflação nos EUA e diminuição das nossas importações, nós invertemos isso”, continuou.
A proposta do governo Lula é “resolvermos os problemas, aumentar a complementaridade econômica, a integração produtiva, investimentos recíprocos, discutir a não bitributação, enfim, estamos numa agenda extremamente positiva”.
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que os produtos brasileiros seriam taxados em 50% por conta de uma suposta “caça às bruxas” contra Bolsonaro. Trump também falou que os EUA são prejudicados pela relação econômica que mantém com o Brasil, ignorando o superávit que favorece o país norte-americano.
O vice-presidente citou o setor de mineração como contraponto. “É outro setor que exporta para os Estados Unidos apenas 3%, mas importa em máquinas e equipamentos mais de 20%. O que mostra, de novo, enorme superávit [dos EUA] na balança comercial”, disse.