
“A Alemanha nazista poderia ter vencido, se os Estados Unidos e a Grã-Bretanha não tivessem unido esforços com a União Soviética contra Adolf Hitler”, afirmou o veterano norte-americano da Segunda Guerra Mundial, Frank Cohn, de 98 anos, à Agência TASS, na quinta-feira (9).
No contexto em que recentemente foram feitas tentativas em alguns países ocidentais para falsificar a história e rever o resultado da Segunda Guerra Mundial, em que são feitos esforços para retratar a URSS como um dos países que desencadearam a guerra, quando questionado sobre o papel da União Soviética na derrota da Alemanha nazista e do militarismo japonês na Segunda Guerra Mundial, o coronel reformado assinalou que as pessoas que se recusam a fazer justiça ao papel soviético na guerra simplesmente não entendem o que estava acontecendo.
“Não há dúvida de que a União Soviética mudou o rumo da Segunda Guerra Mundial. Não há dúvida de que os russos mudaram o que estava acontecendo em Stalingrado e começaram a se mover para o oeste e aí nós tivemos a nossa invasão na Normandia. Se os russos não tivessem mantido muitas tropas alemãs na frente oriental, estaríamos em uma situação muito difícil. Nunca teríamos tido uma posição segura na nossa invasão se não fosse pelo que estava acontecendo no lado russo”, ponderou o coronel reformado do Exército dos EUA, que participou no encontro das tropas soviéticas e americanas no rio Elba.
Cohn serviu durante a guerra como oficial de inteligência no 12º Grupo de Exército dos EUA, comandado pelo General Omar Bradley. Em 2005 e 2010, viajou a Moscou a convite do governo russo para participar das festividades comemorativas da vitória na Segunda Guerra Mundial.
Na atual entrevista, Cohn afirmou que se não fossem os problemas de idade (ele tem 98 anos) gostaria de estar novamente em Moscou celebrando mais uma vez a grande vitória sobre o nazismo.
Frank Cohn nasceu em 1925, em Breslau, Alemanha, onde sua família experimentou o antissemitismo após a promulgação de uma variedade de leis antijudaicas pelo governo nazista. Frank foi para os Estados Unidos em 1938, pouco antes da onda de violência da Kristallnacht, a chamada “Noite dos Cristais”. Ele retornou à Alemanha em 1943 com os militares norte-americanos como membro da 12ª Unidade de Inteligência do Grupo de Exércitos.