Para a APAS, cenário atual exige uma “taxa mais civilizada”, com uma “política voltada ao estímulo à produção e ao desenvolvimento”
A Associação Paulista de Supermercados (Apas) condenou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de aumentar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, na última quarta-feira (17). Com a medida, a taxa de juros básica subiu de 14, 75% para 15% ao ano, sendo o maior nível em 19 anos.
Para o economista-chefe da entidade, Felipe Queiroz, o BC poderia ter tomado outra decisão. “Havia espaço para estabilidade e até mesmo para queda da taxa. Não há justificativas para uma taxa de juros neste patamar”, afirma.
“O cenário atual demanda uma política macroeconômica muito mais alinhada com o desenvolvimento macroeconômico doméstico, com estímulo à produção e ao desenvolvimento. E apesar dos juros neste patamar, mesmo assim, agentes econômicos ainda acreditam que o PIB vai crescer 2,2%. Se tivéssemos uma taxa mais civilizada, inegavelmente, o crescimento brasileiro neste ano seria muito maior”, afirmou.
Com o novo aumento no nível da taxa nominal de juros, o Brasil foi para segunda colocação no Ranking Mundial de Juros Reais, elaborado pelo site MoneYou. Descontada a inflação projetada, a taxa de juros real do Brasil está em 9,53%, ficando atrás apenas da Turquia (14,44%) neste quesito. Entre 40 países analisados, a média global de juros reais é de 1,67%.
Existe uma informação escondida pela cúpula do merdado financeiro que controla o Banco Central do Brasil: qual o impacto da SELIC no AUMENTO da inflação.
A taxa basica de juros influencia o crédito que é o principal insumo de todas cadeias produtivas.
Se o crédito fica mais caro, a inflação de oferta sobe, consequentemente, a inflação sobe.
Atualmente, a taxa SELIC é responsâvel por 40% da inflação total, ou seja, mais de 2%.