A presidente nacional do PT citou o fato de que até o novo arcabouço fiscal prevê uma banda que pode variar até 0,25 ponto percentual do PIB para cima e para baixo em relação à meta fiscal
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleisi Hoffmann (PR), defendeu nesta terça-feira (29), em entrevista ao jornal Valor Econômico, a mudança da meta fiscal para 2024. “Diante da situação de frustração de receitas, até pela omissão do próprio Congresso Nacional, precisamos de recurso para manter os investimentos”, argumentou a deputada.
A dirigente do PT acrescentou que a meta de resultado zero “exigirá, nesse quadro de frustração de receitas, um forte contingenciamento, comprometendo investimentos e recursos para diversas áreas do governo”. “Não há necessidade de fazermos isso em um quadro que precisamos estimular o crescimento econômico”, ponderou a parlamentar paranaense.
Segundo ainda a presidente nacional do PT, há uma certa flexibilidade na nova proposta. Ela citou o fato de que o novo arcabouço fiscal prevê uma banda que pode variar até 0,25 ponto percentual do PIB para cima e para baixo em relação à meta fiscal. O comentário de Gleisi se deu em função do anúncio feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad de que iria cumprir rigorosamente a meta de zerar o déficit em 2024.
Já há reação fortes às restrições orçamentárias para o ano que vem. Os servidores públicos federais, por exemplo, saíram furiosos da última reunião com representantes do governo federal onde foi apresentada uma proposta de reposição salarial de apenas 1% em 2024. Os cerca de 1,2 milhão de servidores, que ficaram com os salários congelados por sete anos falam em perdas superiores a 30%.
Também nesta semana teve início um movimento de protesto de centenas de municípios brasileiros contra a redução de repasses federais. Eles estão paralisando suas atividades por 24 horas neste dia 30 de agosto para denunciar a situação de penúria em que se encontram 51% dos municípios brasileiros. são prefeituras de pelo menos 16 estados que realizam os protestos, segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM).