“Não tem país desenvolvido sem indústria”, afirmou o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, ao defender a promoção de investimentos do Estado na reindustrialização do país, em entrevista ao Canal Livre da Band TV, que irá ao ar neste domingo (4).
“É a indústria que produz, não tem nenhum país desenvolvido no mundo sem indústria. Se nós quisermos ser um país com perspectiva de gerar empregos de qualidade, melhorar a distribuição de renda, gerar Inovação de ciência e tecnologia, nós temos que ter indústria e esse é o sonho, a luta de uma geração”, defendeu Mercadante.
Em janeiro deste ano, o governo Lula lançou o plano Nova Indústria Brasil, que prevê investimentos de R$ 300 bilhões para financiar as iniciativas do setor industrial brasileiro de 2024 até 2026.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), que atuou junto ao governo na criação do programa, resume que as ações da Nova Indústria Brasil “buscam não só desenvolver soluções tecnológicas ou apoiar empresas na conquista de mercados globais, mas também para alcançar objetivos sociais relevantes, como preservação ambiental, segurança sanitária, alimentar e energética e melhoria da mobilidade urbana”, destaca entidade.
No entanto, o programa Nova Indústria Brasil vem sendo fortemente atacada pelos vassalos do chamado “mercado”, que acusam que o plano do governo para alavancar a reindustrialização no país irá comprometer as metas fiscais da equipe econômica do governo, de déficit zero em 2024.
O presidente do BNDES ao destacar a relevância do programa para o desenvolvimento econômico do país, lembrou que os países ricos estão defendendo as suas indústrias com recursos públicos.
“O Brasil precisa de política industrial. Os EUA hoje têm subsídios para essa década de 1 trilhão e 900 bilhões de dólares. A União Europeia, 1 trilhão e 700 bilhões de dólares. E não é [só] subsídio embutido no financiamento, às vezes é não reembolsável na veia para implantar uma empresa, ressaltou Mercadante, ao apontar que 48% das medidas de política industrial protecionistas vem dos EUA, União Europeia e China, “que detêm 70% da indústria mundial”.
“Existem medidas de proteção comercial, de subsídios e incentivos, investimentos em paridade do Estado. Então, nós precisamos voltar a pensar que nós queremos uma indústria, que nós vamos precisar de uma nova relação entre Estado e mercado”, declarou Mercadante.