
O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), afirmou nesta terça-feira (27) que grupelhos terroristas “não irão emparedar a democracia no Brasil”.
“Não irão emparedar a democracia no Brasil. Não terão espaço, não venceram e não vencerão”, declarou o ex-governador do Maranhão e senador eleito.
A fala de Dino aconteceu em entrevista coletiva de imprensa no Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, após reunião com o governador Ibaneis Rocha (MDB). Flávio Dino estava acompanhado do futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
Flávio Dino e Ibaneis confirmaram a mobilização de todo o efetivo policial do Distrito Federal para dar segurança à posse. “Terá mobilização integral, 100% das forças policiais do DF para garantir segurança a Lula, delegações estrangeiras e aos que virão à posse”, declarou o futuro ministro da Justiça.
“Não temos mudança na programação da posse, do protocolo. Todo sistema de segurança estará integralmente mobilizado. Nós estamos no planejamento dinâmico. A cada situação nova que se coloca, fazemos uma análise”, frisou o ex-governador.
Dino disse que a reunião de hoje foi para “sublinhar” a união entre o novo governo e o governo do DF.
Ibaneis condenou as tentativas de atentados em Brasília. Num dos mais graves, o bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa tentou explodir uma bomba nos arredores do Aeroporto Internacional de Brasília, na véspera do Natal.
O terrorista declarou à Polícia que o objetivo era provocar caos, visando um estado de sítio para impedir a posse de Lula.
“A gente aguarda novas operações até o dia da posse para desmobilizar esse pessoal. O exército vem desmontando parte dos acampamentos diariamente. Isso está acontecendo de forma pacífica. Não consideramos legítimas as coisas que vem acontecendo, como foi esse caso da tentativa de atentado a bomba, com armamento pesado”, disse Ibaneis.
Flávio Dino afirmou que também espera a desmobilização voluntária, mas se isso não ocorrer terá que ser compulsoriamente. “Há esse cenário que se anuncia de uma desocupação voluntária e nós acreditamos que tal ocorrerá nos próximos dias, antes portanto da posse presidencial. Esse é o cenário com o qual lidamos. Obviamente, se isso não ocorrer, se isso não ocorresse, porque creio que ocorrerá, há outras possibilidades de uma retirada compulsória”, declarou o futuro ministro.

O futuro chefe da Justiça disse também que o governo eleito será firme para combater atos terroristas. “A Lei Antiterrorismo é muito rigorosa, inclusive contra a tentativa. As penas são bastante altas. Isso não é engraçado, não é uma coisa qualquer e não pode ser tratado assim. Estamos tratando de pessoas que ameaçam vidas, integridade física e patrimonial, e, por isso, provavelmente receberão penas muito altas. Que isso sirva de exemplo para eventuais outras pessoas”, alertou.
Flávio Dino comentou que a decisão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de desfilar em carro aberto ou fechado no dia da posse será tomada em 1º de janeiro, após o almoço. “Os dois cenários estarão em aberto no dia, inclusive por fatores climáticos. Como podemos ver, chove muito em Brasília nos últimos dias” disse. “A decisão será debatida com Lula, Andrei Rodrigues [futuro chefe da Polícia Federal] e a equipe de segurança”, completou.
Dino reiterou que a cerimônia de posse de Lula está sendo organizada com segurança.
“Temos toda tranquilidade para reiterar o convite para que a população participe da posse. A posse ocorrerá como programada. Nós estaremos juntos. Queremos transmitir essa segurança e tranquilidade à população brasileira”, disse Flávio Dino.
José Múcio criticou a ação terrorista que tentou explodir o Aeroporto Internacional de Brasília. “Quando um cidadão bota uma bomba próximo a um caminhão de querosene que está indo para o aeroporto e que poderia ter explodido um avião com 200 pessoas, é terrorismo”, afirmou Múcio.
Participaram da reunião no Palácio Buriti, o governador Ibaneis Rocha (MDB), Flávio Dino, José Múcio Monteiro, o delegado geral da PCDF, Anderson Cândido, e Gustavo Roja, da Casa Civil do GDF.