O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), reagiu à decisão do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) de protocolar uma denúncia contra ele no Conselho de Ética do Senado.
“Primeiro, Flávio Bolsonaro, você e sua família precisam explicar a rachadinha e todos os outros crimes que já são investigados. Se você for ao Conselho de Ética explicar todos eles eu vou com maior prazer também”, desafiou o senador nas redes sociais. “Não me iguale à sua família de criminosos”, arrematou.
O parlamentar de extrema-direita acionou o colegiado na segunda-feira (6), quatro dias após o episódio ocorrido na semana passada em que Randolfe retirou o celular de um youtuber durante um desentendimento entre os dois em frente aos elevadores do Anexo 1 do Senado.
Na denúncia, o filho zero um de Jair Bolsonaro alega que o senador da Rede teve “conduta incompatível com os preceitos éticos e morais atinentes ao exercício do mandato”.
A confusão envolveu o influencer Wilker Leão, o mesmo que, no ano passado, chamou Jair Bolsonaro (PL) de ‘tchutchuca do Centrão’. Na ocasião, o então presidente também tentou retirar o aparelho celular do rapaz.
Em um corredor que leva ao local onde aconteceu o episódio, enquanto caminhavam, Leão questionou Randolfe sobre um projeto de autoria do senador que, segundo ele, busca “criminalizar o assédio político”.
O senador negou que fosse de sua autoria e criticou o terrorismo, citando os atos criminosos de 8 de janeiro. Eles conversaram entre si sobre política sem exaltações e Randolfe explica o que defende.
Ao chegarem aos elevadores que levam aos gabinetes em um dos anexos do Congresso, Randolfe entrou em um, mas, diante da continuidade de questionamentos do youtuber, saiu do espaço ao ver que Leão também pretendia subir com ele.
Um segurança que presta serviço para o Senado barrou o youtuber, que não tinha identificação da Casa.
Quando Randolfe estava saindo do elevador, Leão falou “vamos terminar aqui para a gente perguntar algumas questões” ao que Randolfe também fala “gente, vamos terminar”, “deixa eu terminar aqui”, e, em seguida, colocou a mão no celular de Leão.
Randolfe comentou o caso em suas redes sociais e disse não se orgulhar de sua atitude. “Todo dia sou atacado por milícias digitais e físicas que ameaçam e assediam a mim e minha família. Acabei reagindo como um ser humano. Infelizmente o fato ocorreu e faço questão de não me manter no erro”, escreveu.
O texto ao qual o youtuber se refere é o PL 2864/2022, de autoria de Randolfe. O projeto foi apresentado pelo senador em novembro do ano passado e retirado a pedido do próprio parlamentar no início de dezembro.