“Não pode um cidadão, não pode dois cidadãos, não pode três cidadãos acharem que podem ferir a soberania de uma nação”, afirmou o presidente
O presidente Lula criticou nesta quinta-feira (9) as mudanças anunciadas pela empresa norte-americana Meta, dona do Facebook e do Instagram, no tratamento de conteúdos postados nas suas plataformas digitais. A empresa informou que será encerrado o programa de verificação de fatos. O Supremo Tribunal Federal do Brasil já afirmou que para funcionar no Brasil, as big techs eram que obedecer as leis do país.
Questionado por jornalistas sobre essas mudanças anunciadas pela Meta, o presidente Lula disse que os países devem ter suas soberanias “resguardadas”. “Nós queremos, na verdade, é que cada país tenha a sua soberania resguardada. Não pode um cidadão, não pode dois cidadãos, não pode três cidadãos acharem que podem ferir a soberania de uma nação”, afirmou o chefe do Executivo.
O presidente informou também que pretende fazer, ainda nesta quinta-feira (9), uma reunião para discutir a mudança de postura da Meta. “Eu acho que é extremamente grave as pessoas quererem que a comunicação digital não tenha a mesma responsabilidade de um cara que comete um crime na imprensa escrita”, completou Lula.
A medida que favorece os grupos fascistas foi anunciada pelo bilionário Mark Zuckerberg, executivo da Meta Logo, após se reunir com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Ele fez o anunciou na última terça-feira (7) afirmando, através de um vídeo, que vai promover as mudanças nas plataformas de sua empresa. Trump comemorou a decisão.
As plataformas têm sido usada pelo crime organizado e por grupos fascistas espalhados pelo mundo para disseminar mentiras, insuflar a violência e o ódio desestabilizar governos democráticos.
O objetivo de Zuckerberg, ao anunciar as mudanças é mostrar sua adesão aos métodos usados por Donald Trump. Trump já vem disseminando fake news em suas plataformas há bastante tempo para propagar suas ideias de extrema direita.
Zuckerberg anunciou que vai substituir a checagem pelas chamadas “notas de comunidade”, em que os próprios usuários fazem correções — um recurso similar ao implementado pelo X, de Elon Musk, outro bilionário desta área, hoje integrante do governo Trump.
O dono da Meta afirmou, ainda, sem apresentar provas, que “tribunais secretos” da América Latina “ordenam remoção silenciosa de conteúdos” em redes sociais. A fala foi interpretada por integrantes do governo Lula como uma indireta ao Supremo, que recentemente travou embates judiciais com o proprietário do X, Elon Musk. As autoridades brasileiras pediram explicações ao dono e aos executivos da empresa. O prazo para as respostas é de 30 dias
As principais mudanças anunciadas pela Meta são:
1- A Meta deixa de ter os parceiros de verificação de fatos (“fact checking”, em inglês) que auxiliam na moderação de postagens, além da equipe interna dedicada a essa função;
2- Em vez de pegar qualquer violação à política do Instagram e do Facebook, os filtros de verificação passarão a focar em combater violações legais e de alta gravidade.
3- Para casos de menor gravidade, as plataformas dependerão de denúncias feitas por usuários, antes de qualquer ação ser tomada pela empresa;
4- Em casos de conteúdos considerados como de “menor gravidade”, os próprios usuários poderão adicionar correções aos posts, como complemento ao conteúdo, de forma semelhante às “notas da comunidade” do X;