“Nada justifica a ação da polícia”. “Cenas que ocorreram no último sábado não podem mais acontecer, em hipótese nenhuma, no território pernambucano. A gente não vai poder admitir mais uma ação como aquela”, afirmou o governador de Pernambuco
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirmou que a ordem para reprimir a manifestação por vacinas não partiu da cúpula do governo e que “até agora não nos foi apresentada uma justificativa plausível para uma ação como aquela”.
Os policiais jogaram bombas de gás lacrimogêneo e atiraram com balas de borracha. Dois homens, que sequer estavam na manifestação, foram atingidos no olho e perderam a visão.
“Até agora não nos foi apresentada uma justificativa plausível para uma ação como aquela que a Polícia Militar fez, e isso a gente não vai poder admitir. Cenas como as que ocorreram no último sábado não podem mais acontecer de maneira nenhuma, em hipótese nenhuma, no território pernambucano”, afirmou o governador em entrevista ao NE1.
“Tem toda uma rede de comando da Polícia Militar, e isso que as investigações estão apurando. Inclusive, como eu falei, não é só ordem direta, tem que saber as informações da ordem, ou seja, o que foi repassado às pessoas responsáveis pela ação, e o contexto em que estava ocorrendo a passeata no centro do Recife. Pelo que nós temos informações, não há nada que justifique uma ação como essa da polícia”, concluiu.
Paulo Câmara ordenou que fosse instalada uma apuração para identificar de onde partiu a ordem para reprimir a manifestação com bombas e balas de borracha.
O então comandante da PM do Estado, Vanildo Maranhão, foi exonerado do cargo. Em seu lugar, assumiu o coronel José Roberto Santana.
Câmara garantiu que a ordem para reprimir não saiu do centro de monitoramento, que é composto por membros da PM, da Polícia Civil e da secretaria de Defesa Social.
“Os fatos que originaram essa ação não saíram deste centro integrado, pela informação que nos foi dada pelo secretário de Defesa Social”, frisou o governador.