O presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), Floriano Martins de Sá Neto, esteve na última sexta-feira, 02, em Brasília, para o 4º Encontro do Coletivo Nacional de Aposentados (Conap) da Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União), no qual discorreu a respeito da Previdência Social e os impactos de uma possível reforma.
Segundo o presidente, mesmo após a derrota da PEC 287, que instituía a reforma da Previdência, “não podemos baixar a guarda. Dependendo das eleições, em novembro a reforma volta. Mas há esperança de que as eleições mudem isso e essa proposta não volte mais para a pauta. Nós vamos cobrar de cada um dos parlamentares”, disse.
Por isso, o dirigente esteve no encontro desmascarando a farsa dos números alardeada pelo governo. Também presente no encontro, o deputado Paulo Paim, que presidiu a CPI da Previdência, na qual ficou provado que não existia déficit, alertou que este é o momento que “precisamos nos unir e acreditar”. Para ele, a suspensão da reforma foi um avanço na pauta política. “Conheço o Congresso Nacional e sou otimista, senão não estaria aqui. Eu sempre acreditei que é possível avançar. Tenho orgulho dessa caminhada que participei junto com vocês. Esse país tem tudo para dar certo. E nós militantes sociais temos esse compromisso. Eu fico com os trabalhadores, mesmo com as divergências”.
Durante a explicação, Floriano Neto, alertou que o governo vem com um discurso aos aposentados, dizendo “‘fique tranqüilo, essa reforma é para garantir que você continue recebendo’. Falso como uma nota de três reais! Porque o aposentado está sofrendo sim. Com o sistema sendo desequilibrado, no futuro ele será objeto de outras reformas” – como é o caso atual. Houve uma reforma do sistema previdenciário no governo Lula, em 2003, e outra no Governo Dilma, em 2015, sem que a conversa de Déficit tenha sido abandonada pelo governo.
O dirigente também criticou a forma como o governo trata a questão: “Eles colocam como se fosse uma coisa horrorosa o fato de que o Brasil está passando por uma transição demográfica e que nós estamos vivendo mais. Por que vamos ficar mais tempo usufruindo da aposentadoria. E qual é o problema? Mas que bom”, concluiu Floriano.