“Gostaria que o Flávio saísse. Nunca escondi isso de ninguém”, afirmou o parlamentar
Em entrevista na sexta-feira (11), em São Paulo, o senador Major Olímpio, líder do PSL no Senado, disse que “os filhos de Jair Bolsonaro têm mania de príncipes e causam muitos problemas e desgastam o governo”. “Não reconheço no país ainda monarquia, dinastia, filho príncipe, nada disso”, ironizou o parlamentar.
As afirmações do senador por São Paulo fazem parte do furdunço que se instalou no PSL, o partido do presidente, a partir da declaração de Jair Bolsonaro de que o presidente do partido, Luciano Bivar, estaria “queimado para caramba” e mandando um seguidor esquecer o partido. O caso levou alas do partido a cobrar investigações do filho do presidente, envolvido em falcatruas gravíssimas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
O caso ocorreu na saída do Palácio do Alvorada, na manhã de terça-feira (08), um homem se apresentou a Bolsonaro como pré-candidato no Recife pelo PSL. Bolsonaro, então, cochichou em seu ouvido: “Esquece o PSL”. Ainda assim, o rapaz gravou um vídeo junto ao presidente em que diz: “Eu, Bolsonaro e Bivar juntos por um novo Recife”. Bolsonaro então pediu para que ele não divulgasse a gravação.
“Ô cara, não divulga isso, não. O cara, Bivar, está queimado para caramba lá. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido”, recomendou. A conversa foi gravada por um dos apoiadores e publicada no canal do Youtube “Cafezinho com pimenta”. Assim que o presidente repreendeu o rapaz, ele respondeu que iria esquecer o PSL e gravou um novo vídeo suprimindo o nome do partido e do dirigente. “Viva o Recife, eu e Bolsonaro”.
Na terça-feira (8), membros do partido reagiram e passaram ao ataque contra Bolsonaro. Eles disseram em documento que ele deveria ser grato ao partido e ao presidente da legenda, Luciano Bivar. De acordo com o texto da ala do PSL, Bivar deve voltar a controlar o partido, e não Flávio e Eduardo Bolsonaro, que tentam mandar na legenda no Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente.
O senador Olímpio se somou ao grupo e atacou as manipulações levadas a cabo pelos filhos de Bolsonaro. “Gostaria que o Flávio saísse? Gostaria. Nunca escondi isso de ninguém”, disse ele, defendendo o afastamento do senador Flávio Bolsonaro, envolvido no escândalo de lavagem de dinheiro, operado por seu ex-motorista, Fabrício Queiroz, em seu gabinete, quando era deputado estadual no Rio.
O senador também abriu fogo contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que em sua visão promoveu uma “conspiração” por meio de aliados para colocar o presidente e o PSL em conflito. Olímpio citou nominalmente o ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Admar Gonzaga, que tem atuado como consultor de Bolsonaro, e a advogada do presidente, Karina Kufa, como integrantes da “conspiração”.
“O ex-ministro Admar, a advogada Karina Kufa, trabalhando na socapa, na sorrelfa, pelos bastidores, infelizmente com o Eduardo Bolsonaro, que promoveu tudo isso aí. Só quem perde com isso é o presidente Bolsonaro e o país. O PSL vai sair fortalecido”, arrematou o parlamentar.
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