O presidente Lula mandou que fossem retiradas as grades em frente ao Palácio do Planalto e vai retirar as barricadas do Alvorada em sinalização de que “em um regime democrático a gente não precisa estar cercado”.
O Palácio do Planalto estava cercado por grades desde 2013, quando grandes manifestações foram realizadas em diversos locais do país.
“O Brasil não precisa estar cercado de grades. Deixa livre para a democracia, ela não precisa de muros”, defendeu o presidente. “Em um regime democrático a gente não precisa estar cercado”, acrescentou.
O presidente ainda informou que “vou tirar aquela muralha na frente do Palácio [da Alvorada]”, residência oficial do presidente da República.
“Eu fui presidente por oito anos e nunca teve [barricadas]. As pessoas iam para a porta do Alvorada protestar e nunca me incomodaram. Se eu quiser cercar o povo e não permitir que ele faça protesto, não tem sentido a democracia”, continuou.
Lula disse ainda que vai “ver como a gente faz para tirar [os gradis] da Praça dos Três Poderes”.
Na tarde de quarta-feira (10), Lula desceu a rampa do Planalto para falar com a imprensa e observar o Palácio sem as grades.
Ele estava acompanhado da primeira-dama, Janja, e do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta.
O ministro enfatizou que “um momento de união e reconstrução não pode ter um monte de gradil”.
Lula fez toda sua campanha em tom de reunificação do país, após quatro anos de desagregação causada pela violência de Jair Bolsonaro.
O presidente já se reuniu diversas vezes com governadores, inclusive daqueles mais próximos de Bolsonaro, como Tarcísio de Freitas, de São Paulo.
Em seu oitavo dia de mandato, apoiadores de Jair Bolsonaro tentaram realizar um golpe de Estado para devolver o poder ao ex-presidente.
Após a evacuação de toda a região da Praça dos Três Poderes, que tinha sido desguarnecida pelo ex-ministro de Bolsonaro e então secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, Lula teve conversas com os presidentes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), todos defendendo a união contra o fascismo.