“Não tem sentido o país ter o segundo maior juro real do mundo”, critica Alckmin

Vice-presidente da República e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. Foto: Cadu Gomes - VPR

O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, afirmou que “não tem nenhum motivo” para o Banco Central manter o Brasil com a ter “o segundo maior juros real do mundo”. Alckmin está interinamente na Presidência do país, com Lula em viagem ao Chile.

Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu por manter a taxa Selic em 10,5% ao ano.

A taxa de juros real, quando é descontada a inflação, está em aproximadamente 6,8%. Somente a Rússia, com os juros reais em 8,9%, tem essa taxa superior ao Brasil.

Para Alckmin, “não tem nenhum sentido” a política de juros praticada pelo Banco Central, uma vez que o Brasil tem “reserva cambial de US$ 370 bilhões, segurança jurídica, mercado consumidor grande e inflação controlada”.

“Só perdemos para a Rússia, que está em guerra. Não há nenhuma justificativa”, apontou.

Em discurso feito no Congresso Aço Brasil e Expoaço, evento que reúne empresários de toda a cadeia produtiva do aço, Geraldo Alckmin defendeu “uma política monetária que nos permita maior crescimento e mais investimentos, que é tudo o que nós precisamos”.

Quanto maior a taxa de juros, mais do orçamento do governo federal fica comprometido com os pagamentos para bancos. Somente em 2023, R$ 718 bilhões foram gastos com juros.

Esse valor supera por muito o montante investido em Educação (R$ 136 bilhões), Saúde (R$ 162 bilhões) e Defesa Nacional (R$ 82,7 bilhões).

É também quase 2,4 vezes maior do que o valor inicial do programa “Nova Indústria”, que tem R$ 75 bilhões por ano, ao longo de quatro anos, para políticas de industrialização.

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