
“Redução da fila do INSS é prioridade e estou comprometido com a concessão de benefício a quem tem direito”, disse Wolney Queiroz
O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, afirmou nesta sexta-feira (27) que seu compromisso está na redução da fila do INSS e que ‘não vai cortar gastos para poder apresentar número no azul”.
Questionado, em entrevista ao jornal “O Globo”, sobre pressões internas no governo para cortes de gastos na Previdência Social, o ministro respondeu que a redução da fila do INSS é prioridade para o presidente Lula, e que ele está comprometido com essa tarefa.
“O ministério herdou um represamento artificial, ou seja, proposital para a (demora na) concessão de benefício com objetivo claro de economizar”, criticou Queiroz. “O presidente Lula falou em seu discurso de posse que a redução da fila é prioridade do seu governo. Eu estou comprometido com isso, com a concessão de benefício a quem tem direito. É importante que a gente diminua esse espera para menos de 45 dias, é o que foi pactuado com TCU. Hoje está em 44 dias”, explicou.
“Minha função é conceder os benefícios a quem os merece. A prioridade é essa. Vamos tocar nessa toada de conceder os benefícios e que os critérios de concessão não sejam burlados. Se eles forem concedidos a quem de fato merece, paciência. Eu não vou cortar gasto para poder apresentar número no azul”. completou.
Indagado sobre a necessidade de uma nova reforma na Previdência Social, o ministro disse que “só se for para fazer uma contrarreforma, para voltar atrás em coisas já decididas”, referindo-se ao direito dos aposentados que foram saqueados pela reforma da previdência do governo Bolsonaro.
“A última reforma na Previdência foi muito equivocada porque ela não levava em conta o tema da Previdência em si, e sim a economia que se geraria. O meu partido (o PDT) sempre votou contra as reformas. Quando assumi o ministério, o partido falava assim: “só se for para fazer uma contrarreforma, para voltar atrás em coisas já decididas”, avisou.
Na entrevista, Wolney Queiroz também afirmou que os aposentados prejudicados por descontos indevidos em seus benefícios devem ser ressarcidos até setembro, assim que o Supremo Tribunal Federal definir os critérios para os pagamentos e o Congresso aprovar um crédito extraordinário.
“Se tiver acordo no Judiciário, vai ter acordo também no Congresso. Votou, tem o dinheiro, paga. Tem um monte de gente que já está em condição de receber”, comentou o ministro. “Receberá primeiro quem entrou no sistema (do INSS) e reclamou primeiro, porque não está faltando dinheiro para pagar. Quando a gente resolver de onde tirar (o dinheiro), vai ter recurso em quantidade para pagar todo mundo. Quem entrou primeiro e conseguir finalizar o seu processo, já recebe”.