Um vídeo de 2007, feito pelo próprio Alexei Navalny e que continua exposto em seu canal do Youtube e jamais foi renegado por ele, mostra quem ele é realmente: xenófobo e nazista.
No vídeo o ‘jovem Navalny’ compara imigrantes muçulmanos a “baratas” e aconselha tratá-los à bala, caso falhem as sapatadas e chineladas. Ele mesmo é visto todo faceiro, com um revólver fumegante, no vídeo, depois de abater a tiro um imigrante/barata.
Além de imoral, trata-se de um vídeo extremamente tosco, cuja fonte de inspiração são os filmes nazistas em que judeus eram tratados como uma praga a ser exterminada.
Em 2017, o Guardian britânico entrevistou-o sobre o caso: “mas comparar imigrantes a baratas?”, questionou o jornalista. “Foi uma licença artística”, disse Navalny sem o menor pudor.
“Então não há nada de que se arrependa?”. “Não”, ele diz de novo, com convicção. Em suma, Navalny teve a oportunidade de renunciar às suas opiniões de extrema-direita, mas se recusou.
“AO LADO DE NEONAZIS E SKINHEADS”
Perfil de Navalny estampado em 2011 pelo New York Times se referiu ao famigerado vídeo: “Ele apareceu como orador ao lado de neonazistas e skinheads, e uma vez estrelou um vídeo que compara militantes do Cáucaso de pele escura a baratas. Enquanto as baratas podem ser mortas com um chinelo, ele diz que, no caso dos seres humanos, ‘eu recomendo uma pistola.’”
Essa descrição de Navalny como “orador ao lado de neonazistas e skinheads” de parte do New York Times é particularmente reveladora de como os atuais entusiastas por ele conhecem seu papel destacado entre os neonazistas russos.
No mesmo ano, a BBC registrou o envolvimento de Navalny na ‘Marcha Russa’, ocasião em que falou para 7 mil pessoas, atacando o Kremlin: “Temos problemas com a migração ilegal, temos o problema do Cáucaso, temos um problema de crimes étnicos”.
Dois anos depois, Navalny se pronunciou a favor dos pogroms raciais de Biryulyovo, quando cerca de 1.000 chauvinistas atacaram nas ruas imigrantes da Ásia Central.
Através de seu blog, ele atacou as “hordas de imigrantes legais e ilegais”, comparando-os a animais que “rastejam para os bairros vizinhos”. De acordo com a BBC, os participantes gritavam “Rússia para os russos!” e “Poder Branco!”
De outra feita, ele disse à Deutsche Welle que num país multinacional como a Rússia, esse tipo de questão “não pode ser tabu”.
Assim, o atual estado de deslumbramento dos meios de comunicação ocidentais com Navalny não é por ignorância de quem ele realmente é, mas por verem em tal figura uma chance de que o detestado – por eles – renascimento da Rússia seja detido.
“CHAUVINISTA E XENÓFOBO”
Questão também tratada recentemente, no portal RT, pelo articulista Jonny Tickle, que indagou: “liberal pró-ocidental ou chauvinista e xenófobo, quem é Alexei Navalny?” Ou “oportunista?”, acrescenta Tickle, após se referir à identificação da Fundação Anticorrupção (FBK) de Navalny como “agente estrangeiro” pelo fato de receber dinheiro de governos e parceiros estrangeiros.
Como registra Tickle, Navalny entrou na vida política em 2000 como integrante do partido neoliberal Yabloko – aquele antro de assaltantes do patrimônio público que se deleitavam (e faturavam) com o desmonte do socialismo nos anos de glória do bebum Yeltsin e, hoje em dia, são detestados no país inteiro, com exceção dos bairros abastados de Moscou.
O que não impediu Navalny de se tornar “um rosto familiar na ‘Marcha Russa’, um agrupamento de ultrachauvinistas, que exibiam slogans como ‘Pare de alimentar o Cáucaso’ enquanto agitavam a bandeira preta-amarela-branca do Império Russo”, apontou o articulista.
“Eram verdadeiras reuniões nazistas, onde ziguezagueavam carregando consigo suásticas e entoavam os slogans apropriados. Por exemplo, ‘Pare de alimentar o Cáucaso!’ – este era o programa de Navalny”, descreveu à RT o escritor e blogueiro Eduard Bagirov como a “Marcha Russa” era. Ainda defendida por Navalny em 2016, quando reclamou da sua proibição pelas autoridades russas.
Note-se que, na Rússia, país que tanto sofreu para derrotar os nazistas, com 27 milhões de mortos, gente queimada viva pelos hitleristas dentro de igrejas trancadas, para alguém se identificar com a suástica, só sendo a escória da escória.
Quando se candidatou a prefeito de Moscou, Navalny deu uma retocada na imagem, disfarçou um pouco mais sua xenofobia, mas jamais abriu mão de nada.
Em entrevista à revista alemã Der Spiegel no ano passado, repetiu a arenga chauvinista do início dos anos 2000. “Tenho as mesmas opiniões que defendia quando entrei para a política”, disse Navalny. “Não vejo contradição em promover sindicatos [da boca para fora] e, ao mesmo tempo, exigir visto para migrantes da Ásia Central”. Quem conhece seus vídeos, sabe que sua pregação não é sobre vistos.
CORRUPÇÃO E EXTREMISMO
Sua trajetória posterior juntaria esses dois traços de sua iniciação política – o gosto pela corrupção (e pela farsa de ‘combater a corrupção’) e pelo fascismo.
A ponto de, em um dado momento, o Yabloco resolver expulsar Navalny “por suas inclinações de extrema-direita”.
Navalny jamais deixou de ser um xenófobo de carteirinha. Em 2008, quando a Rússia impediu que o regime colaboracionista da Geórgia massacrasse a Ossétia do Sul e a Abcásia, Navalny chamou os habitantes georgianos de ‘grizuny’ – literalmente, roedores, em um trocadilho com a palavra russa para georgianos ‘griziny’– e sugeriu o disparo de um “míssil de cruzeiro” contra o Estado-Maior da ex-república soviética.
Quanto à corrupção, mostrou fazer jus aos mestres que teve – o que acabou levando à sua condenação por fraude em dois casos, um em que usou uma empresa que criou para parasitar uma estatal da região de Kirov [que fornecia a preço de custo e Navalny embolsava a diferença], e outra, para desviar dinheiro da sucursal russa da empresa de cosméticos francesa Yves Rocher (30 milhões de rublos).
“BOLSISTA” EM YALE
Outro episódio nebuloso de sua trajetória é como foi parar em um curso na Universidade de Yale, seu trampolim para iniciar sua carreira ‘anticorrupção’ e de ‘oposicionista preferido do Ocidente’.
Ele tinha saído corrido da região de Kirov, onde era auxiliar de um governador, que foi condenado por corrupção, e onde se tornara conhecido por seus vínculos com os neonazistas russos.
Maria Gaidar, um sobrenome ilustre entre os neoliberais russos e vice regional, intercedeu em pessoa junto à embaixada norte-americana em Moscou e foi prontamente acertada a providencial estadia nos Estados Unidos, quando os federais russos começaram a escrutinar os fascistas da região.
Navalny voltou do curso de quatro meses em Yale em 2010 com a fama de ter publicado informações sobre uma empresa petrolífera russa, dando largada à nova carreira de ‘caçador de corruptos’. Como teve acesso a tais “informações”, é um assunto ainda por esclarecer.
Já Maria Gaidar, após a vitória do golpe da CIA-nazistas em Kiev, mudou-se de mala e cuia para a Ucrânia, onde continua a prestar bons serviços aos amigos americanos tranquilos.
Em seu blog, Navalny se disse na época um cara de “sorte”, com “cerca de mil candidatos para apenas 15 vagas”. “O Yale World Fellows Program está extremamente orgulhoso de chamá-lo de ‘um de nós’”, disse em 2014 à Deustche Welle o então diretor do programa, Michael Capello.
“ARRECADAÇÃO DE FUNDOS”
Mas as ‘conexões certas’ de Navalny não se limitam a “Yale”. Recentemente, veio à tona outro episódio da vida pregressa de Navalny. A inteligência interna russa plotou um encontro, em 2012, do então diretor-executivo da Fundação ‘Anticorrupção’, Vladimir Ashurkov, em um restaurante, com um espião inglês lotado na embaixada inglesa em Moscou, em que o representante de Navalny oferece os préstimos contra a Rússia e pede a ajuda de Londres para as “denúncias da corrupção do Kremlin”.
“Se tivéssemos mais dinheiro, com certeza expandiríamos nossa equipe. Quem gasta aqui … sei lá, 10, 20 milhões de dólares por ano em apoio vai ver um quadro completamente diferente. E para aqueles com bilhões em jogo, não é tanto dinheiro. Tento transmitir essa mensagem em minha campanha de arrecadação de fundos, para transmiti-la aos líderes da comunidade empresarial”, diz Ashurkov no vídeo.
Está tudo gravado. Ashurkov agora está homiziado no Reino Unido; outros dois auxiliares de Navalny também já tomaram, faz tempo, providência semelhante.
INGERÊNCIA, “NYET”
Na semana passada, a Rússia expulsou diplomatas suecos, poloneses e alemães por participarem de atos pró-Navalny não autorizados, o que é uma violação das normas diplomáticas mais elementares. Imagine-se o carnaval que fariam se um diplomata russo fosse a um protesto em Paris ou Berlim…
Quem salvou a vida de Navalny foi uma equipe de emergência de um hospital russo, graças à perícia e presteza do socorro, e as autoridades russas têm em mãos os exames então feitos com ele, que permitem cotejar com quaisquer provas que alguém queira alegar sobre “envenenamento”.
Mas as autoridades europeias dizem que não podem mostrar as provas que têm e que todos devem acreditar no que dizem sem precisarem provar nada: foi “veneno na cueca”, depois de aposentada o anterior “veneno na garrafa de água”, que sucedeu o “veneno no chá”.
Após desrespeitar seguidamente seu comparecimento a juízo, uma corte russa sentenciou Navalny a cumprir na prisão os 2,8 anos que restam da sentença por fraude e desvio de dinheiro. Pela mesma razão, 19.000 em 2019 e 23.000 em 2020 tiveram o benefício cancelado, segundo a justiça russa. No primeiro semestre do ano passado, ele já havia faltado várias vezes e sido advertido.
Além disso, não há como Navalny negar que recebeu alta do hospital bem antes de voltar para Moscou, tempo que usou para realizar outras provocações contra o governo legítimo russo.
A Rússia também vem exigindo que os países que alegam que Navalny foi “envenenado por um agente químico de grau militar” propiciem as provas do que estão dizendo, com os protocolos de integridade concernentes, o que é o procedimento normal em qualquer caso que envolva supostas armas químicas – ou calem a boca.