Os investimentos estrangeiros diretos no país (IDP) somaram US$ 174 milhões em junho. No mesmo mês de 2020 o valor apurado totalizou US$ 5,165 bilhões. No comparativo anual o indicador desabou 96,63% neste ano.
Os ingressos líquidos do IDP foram de US$ 2,5 bilhões em participação no capital e saídas líquidas de US$ 2,3 bilhões em operações intercompanhias.
Em razão da redução dos empréstimos feitos pelas matrizes das empresas estrangeiras a suas subsidiárias no país, o resultado de junho do ano corrente representa o nível mensal mais baixo desde julho de 2016 (-US$ 103 milhões)
Os dados fazem parte das Estatísticas do Setor Externo do Banco Central divulgados na terça-feira (27).
Ao contrário das reiteradas declarações de Bolsonaro quanto a confiança dos investidores externos no seu governo os fatos apontam noutra direção. Em 2019 o volume de investimentos externos foi de US$ 65 bilhões tendo capotado para apenas US$ 25 bilhões em 2020, o menor valor dos últimos 20 anos.
A fuga de capitais fez o Brasil despencar da 4ª posição, em 2019, para a 11ª no ranking global da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad na sigla em inglês), vinculada a Organização das Nações Unidas (ONU).
No acumulado do primeiro semestre, os investimentos diretos acumulam saldo positivo de US$ 25,691 bilhões, contra US$ 23,724 bilhões no mesmo período do ano passado.
No entanto, nos últimos doze meses até junho, o IDP acumulou US$ 46,6 bilhões (3,02% do PIB), frente aos US$ 65,8 bilhões (3,98% do PIB) em junho de 2020.
A queda de 29% neste comparativo, reforçado pela queda do IDP de junho em relação ao mês de maio, que acumulou US$ 51,6 bilhões (3,38% do PIB), indicaria uma tendência de queda no IDP até o final do ano.
J.AMARO