Brasil e China divulgaram recentemente posição conjunta contestando conferência unilateral de Zelenski na Suíça
O presidente Lula e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, trocaram um telefonema nesta segunda-feira (10) e conversaram sobre o conflito provocado pela ascensão de um regime o nazista em Kiev após o golpe de Estado na Ucrânia em 2014. Lula defendeu que a Rússia faça parte das negociações para que um acordo político possa ser encontrado no caso da guerra na Ucrânia.
A afirmação enfática de Lula foi feita em função da tentativa dos EUA e do governo ucraniano de isolarem a Rússia numa conferência de paz, que se realizará na Suíça no próximo fim de semana, sem a presença do representante de Moscou.
Lula havia sido convidado a participar do evento, mas se recusou. O presidente brasileiro alegou que não faria sentido um encontro com apenas o lado ucraniano. Brasil e China divulgaram posição conjunta de que só apoiam conversações de paz que tenham a presença da Rússia. O telefonema partiu do chefe do Kremlin enquanto se iniciava uma reunião de chanceleres dos BRICS.
O Brasil decidiu que nem sequer enviará seu chanceler Mauro Vieira ou o assessor especial Celso Amorim. A representação brasileira ficará por conta da embaixada do país em Berna, o que demonstra a pouca importância política que o governo dará ao evento. Para o Brasil, o encontro servirá apenas para chancelar uma posição de Volodymyr Zelensky, que está perdendo a guerra e não aceita qualquer negociação enquanto as tropas russas estejam em território ucraniano.
O documento divulgado por Brasil e China sugere uma desescalada do conflito e uma negociação que envolva tanto Kiev como Moscou. “Sobre a Ucrânia, o presidente Lula reiterou a defesa de negociações de paz que envolvam os dois lados do conflito, em linha com documento assinado pelos assessores presidenciais Celso Amorim e seu homólogo chinês Wang Yi”, disse um comunicado do Palácio do Planalto.