Alta de mais de 50%! Como se não bastasse os aumentos de preços descontrolados do óleo de soja nos supermercados, assim como do arroz, das carnes, do leite, entre tantos outros produtos, as hortaliças também já pesam no bolso do brasileiro
A oferta de hortaliças nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasa) registraram aumentos acima de 50% no atacado no mês julho em relação a junho, com destaque para tomate, cenoura e alface, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A pesquisa considera cinco hortaliças – batata, cenoura, cebola, tomate e alface – com maior representatividade na comercialização nas principais Ceasas do país. O 8º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) foi divulgado na terça-feira (17).
Na Central de Abastecimento de Vitória, a variação de preço do tomate registrou um percentual de 51% de aumento ficando em R$ 3,55 por quilo, em média. A cenoura ultrapassou o aumento de 50% em cinco estados analisados pelo boletim. A alface na Ceasa de Curitiba registrou uma alta no valor médio de comercialização de 62,94% em julho para R$ 2,70 por quilo.
Os estragos provocados pela geadas, apontados pela Conab, contribuíram para elevar ainda mais os preços dos produtos que já não faziam parte da mesa de milhões de brasileiros, que mal conseguem substituir as carnes por “ossinhos” e o arroz pela batata.
No acumulado de doze meses até julho, o tomate acumula uma alta de 42,96%. segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial medida pelo IBGE.
Os outros dois produtos pesquisados pela Conab registraram pequena queda nos preços. A batata foi pressionada pela oferta maior até meados de julho. Mas, segundo a Conab, “em agosto, os preços continuam em níveis elevados”, porque as geadas alteraram os produtos que serão colhidos. O preço da cebola caiu porque a produção aumentou em Goiás, Minas Gerais e São Paulo.
Para as famílias que têm renda de um salário mínimo a cesta básica de alimentos medida pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos (Dieese) já compromete mais da metade do salário, custando, em média, não menos do que R$ 600, restando muito pouco para a conta de luz, o botijão de gás, o transporte, o aluguel, que também estão com os preços na Lua. Para quem está na dependência do Auxílio Emergencial de R$ 250,00 por mês, apenas a solidariedade das famílias e amigos ou alguma caridade para aliviar a carestia.
De acordo com o Dieese, o quilo do tomate em julho aumentou em 15 de 17 capitais pesquisadas, com destaque para Belo Horizonte (39,95%), Goiânia (34,24%), Fortaleza (34,10%), Florianópolis (33,86%) e São Paulo (31,63%).