“Nenhuma economia pode conviver com juros reais de 10%”, critica Gleisi

Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais (Foto: Gil Ferreira - SRI - PR)

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirma que “nada justifica” a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), de manter o nível da taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano. “É prejudicial ao Brasil”, criticou.   

“A decisão é prejudicial aos investimentos produtivos, ao acesso ao crédito, à geração de empregos e ao equilíbrio das contas públicas. Nenhuma economia do mundo pode conviver com juros reais de 10%”, condena. “Nada justifica uma decisão tão descasada da realidade, dos indicadores econômicos, das necessidades do país”, declarou Gleisi, em uma das suas redes sociais.   

Na última quarta-feira (5), em sua nova decisão unânime para manter os juros altos escorchando famílias, empresas e cofres públicos, os diretores e o chefe da autarquia financeira, Gabriel Galípolo, afirmaram que o cenário segue exigindo “uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, diz trecho do comunicado.   

A decisão do Copom se dá em desacordo com os indicadores de inflação, que seguem mostrando que a inflação no Brasil está controlada e em queda, por conta do arrefecimento dos preços de alimentos, que caíram em junho, julho, agosto e setembro, de acordo com o IPCA, índice oficial de inflação calculado pelo IBGE.  

Em setembro de 2025, os preços de bens industriais variaram em queda de -0,25% na comparação com agosto de 2025, sendo o oitavo resultado negativo seguido. No acumulado do ano (até setembro), os preços da indústria atingiram uma deflação de -3,87%, enquanto o acumulado em 12 meses a queda ficou em -0,40%.

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