
Oposicionista não reconhece resultado eleitoral, denuncia fraude, uso inconstitucional de Estado de Exceção, e afirma que pedirá recontagem dos votos. Rejeição de Luisa se dá devido a disparidade: enquanto no primeiro turno deu vantagem de 0,17% a favor de Noboa, segundo turno lhe deu um milhão de vantagem (55,9 a 44,1%)
No primeiro turno, a vantagem de Noboa sobre Luisa foi de 0,17%, cerca de 16 mil votos. As pesquisas mais próximas à realização do segundo turno indicavam a vitória da oposição, mas o resultado divulgado pelo CNE foi o oposto, com uma vantagem de Noboa superior a 1 milhão de votos.
Luisa González anunciou que vai pedir recontagem dos votos. “O Equador não pode ser governado por quem não é capaz de conduzir o país para a paz, a não-violência e ao desenvolvimento e só sabe fazer negócios para sua família, perseguir e odiar o povo equatoriano”, disse.
A oposição equatoriana tem denunciado que o CNE publicou atas eleitorais sem a assinatura dos presidente e secretário das mesas, o que é exigido pela legislação eleitoral.
O presidente do Equador, Daniel Noboa, foi reeleito com 55,9% dos votos contra 44,1% da oposicionista Luisa González, em eleição marcada por violência e decreto de Estado de Exceção por parte de Noboa. O resultado foi confirmado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Numa aberta ação intimidatória, Daniel Noboa se vale de seu cargo de presidente para decretar Estado de Exceção à véspera da eleição, em sete províncias do país, inclusive na capital, Quito, suspendendo os direitos de inviolabilidade do lar e de correspondência.
Já antes da realização do segundo turno, Luisa González denunciava que Noboa estava praticando abuso de poder e utilizando a estrutura da Presidência para se beneficiar no pleito, “algo que está expressamente proibido pela lei, mas o CNE fica em silêncio”.
Em seu discurso após a confirmação do resultado, González disse que o Estado de Exceção decretado por Noboa serviu “para garantir a grotesca fraude eleitoral a qual estamos presenciando”
Noboa tem conduzido o país com uma política neoliberal e de submissão com os Estados Unidos, inclusive com uma tentativa de atropelar a Constituição para permitir que os EUA instalem novas bases militares no território equatoriano, o que tem sido barrado pelo parlamento.
Ele também autorizou, através de acordos de “cooperação militar”, que tropa dos Estados Unidos atuem no território equatoriano sob o pretexto de combate ao tráfico de drogas.
Tendo assumido a Presidência em 2023, depois que o banqueiro Guillermo Lasso abandonou o cargo em meio a uma crise institucional, Noboa não é legalmente considerado reeleito. Isso significa que ao final de seu mandato ele poderá se candidatar mais uma vez.
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