O médico sanitarista e ex-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Nesio Fernandes, mostra que as ações como o morticínio realizadas no Rio de Janeiro pelo governador Cláudio Castro, que deixou 132 vítimas, promovem grandes riscos à saúde e à democracia.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, Nésio listou alguns exemplos e consequências que essas e outras ações provocam no país. Ele lembrou que a chacinas das comunidades do Alemão e da Penha, superaram o massacre do Carandiru, onde 111 pessoas foram executadas pela polícia militar durante uma rebelião na Cadeia Pública.
“Gente, eu estou muito incomodado. E existe muita lógica no que eu vou te falar, a gente precisa falar sobre os riscos à saúde e à democracia. 128 mortos no Rio. Supera o Carandiru. E você acha que foi combate ao narcotráfico? Não, não foi. Se o Comando Vermelho continua operando, se os fuzis serão repostos, se as prisões serão substituídas, se os chefes mortos possuem substitutos imediatos na hierarquia de comando da facção, e se os 128 morreram sem resultado. Isso foi combate ao crime ou estratégia política?”, disse no vídeo.
Nésio listou seis sinais que provam o colapso na saúde e democracia.
“Isso é parte de algo muito maior. Primeiro: o tripé de 2018 colapsou. A Lava Jato desmoralizada, militares desgastados e as Forças Armadas não estão mais com o bolso na mão. Evangélicos fragmentados e líderes fariseus desmascarados. A extrema-direita precisa de uma nova base de poder. Segundo: eles acharam um modelo, Nayib Bukele de El Salvador, autoritário e com 90% de aprovação. Prendeu 70 mil pessoas sem julgamento e os bolsonaristas elogiam abertamente. Terceiro: os filhos de Bolsonaro chamando o narcotráfico de terrorismo. Por quê? Porque o terrorismo permite suspender direitos, como fez Bukele”, disse.
“Quarto: governadores bolsonaristas criando gabinete paralelo na República. Castro, Tarcísio, Zema, Caiado e Mello reunidos, coordenados, contra o governo federal. Quinto: a nova base de poder são as polícias militares, organizadas, hierárquicas e armadas. Continuem orando. Foi a última mensagem de um PM de morrer. E agora, essa mensagem será transformada em um símbolo político. Isso é instrumentalização. Sexto: o alvo real é a população pobre e os avanços das posições democráticas e progressistas. Dos 128 mortos, 124 eram civis. Mais de 151 pessoas traumatizadas e o Comando Vermelho intacto”.
Por fim, o médico afirma que todo esse caos tende a fragilizar ainda mais o país e prejudicar a democracia e o povo.
“Tudo isso tem um destino. Vão criar mais crises, mais mortos e construir uma candidatura bukele-brasileira. E a quarta forma? Vou limpar o Brasil quando o Bukele limpou em El Salvador. Estado de exceção, megas prisões, militarização e a população com medo aquada. A operação no Rio não foi sobre narcotráfico. Foi a primeira grande peça de um projeto autoritário. Com um modelo importado, base de poder definida e data marcada, 2026. Se você acha exagero, me espere. Explica porque os seis sinais coordenados, porque governadores em gabinete paralelo, porque 128 mortos sem resultados contra o crime. A lógica incomoda, mas está aí. Compartilhe e denuncie”, afirmou Nesio Fernandes.











