
O ex-presidente Lula, em comício em Minas Gerais, disse que Jair Bolsonaro “prefere ficar contando mentiras do que governar” e fez o Brasil virar “uma espécie de vergonha mundial”.
“O governo prefere ficar contando lorotas, prefere ficar contando mentiras do que governar. O que a gente está percebendo é que ele não trabalha mais. Ele nunca governou. Agora ele não governa e não trabalha”, falou.
Na quinta-feira (15), Lula participou de um comício em Montes Claros, em Minas Gerais, ao lado de Alexandre Kalil (PSD), candidato ao governador, e Alexandre Silveira (PSD), ao Senado.
No evento, o ex-presidente disse que a economia e os direitos trabalhistas pioraram durante o governo de Jair Bolsonaro.
“A massa salarial caiu muito. As pessoas estão sem carteira assinada, sem nenhuma seguridade social, descanso semanal. Hoje, o Brasil não tem nenhum respeito. Virou uma espécie de vergonha mundial”, continuou o candidato.
“Nós vamos voltar a investir na geração e emprego porque vamos reestruturar as obras que estão paralisadas”, explicou. Lula disse que essa política será complementada pela renda básica de R$ 600 e outras políticas para diminuição de preços e combate à fome.
“Quem está com fome, precisa comer e o governo tem que trabalhar de forma muito rápida para aumentar a capacidade produtiva do país, para baratear o custo do alimento e fazer para aquelas pessoas que não podem comprar até o governo dar o alimento, sem nenhum bandido ameaçando a liberdade política de qualquer pessoa que precisa de uma cesta básica”, acrescentou.
Lula comentou no discurso sobre o congelamento do repasse de dinheiro do governo federal para merenda escolar. “Isso significa que a qualidade da merenda escolar caiu profundamente”, apontou.
No comício, o ex-presidente afirmou que “precisamos acabar com a violência contra a mulher nesse país”.
“A mulher não pode ser tratada como objeto de cama e mesa, a mulher não pode ser tratada ganhando menos que o homem, fazendo a mesma função. A mulher não nasceu só para lavar louça, arrumar cama, lavar banheiro, e cuidar do marido, não! A mulher nasceu para fazer o que ela quiser”, sentenciou.
Jair Bolsonaro tem tentado se aproximar do eleitorado feminino durante a campanha, visto que sua rejeição entre as mulheres é ainda maior do que entre os homens.
No entanto, ele não consegue seguir o combinado. Em evento exclusivo para as mulheres, Jair Bolsonaro disse que a liberação de armas é mais eficaz no combate à violência contra as mulheres do que a Lei Maria da Penha. Sua manifestação acontece no momento em que há vários casos de mortes de mulheres no país vítimas de armas.
“Quando precisar trocar um pneu sozinha na rua e vier pessoas na sua direção, prefere ter na bolsa uma Lei Maria da Penha ou uma pistola?”, comentou, ignorando que armas de fogo foram utilizadas em 51% dos casos de feminicídio.
Em debate na Band, ele xingou a jornalista Vera Magalhães de “vergonha do jornalismo” por ela ter falado que ele atrapalhou a vacinação no Brasil. Depois desse caso, seus seguidores passaram a ameaçar e atacar a jornalista.
Alexandre Kalil (PSD) lembrou que foi o governo Lula que trouxe iluminação para os mineiros da região Norte com o programa Luz Para Todos, e alertou que a democracia corre riscos com Jair Bolsonaro. “Eleger Lula presidente é questão de sobrevivência”, afirmou.