
O roubo de terras será para construir mais 22 assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada
Oficializando o assalto a terras palestinas, o governo de Israel aprova 22 novos assentamentos judaicos ilegais na Cisjordânia ocupada, em uma manobra tática para inviabilizar a criação de um Estado da Palestina e ao mesmo tempo consolidar a colonização e anexação da Cisjordânia, acelerando a limpeza étnica da população palestina.
Desses 22 novos assentamentos, a criação de 9 postos avançados, alguns deles estarão localizados em pontos estratégicos, em áreas mais remotas na Cisjordânia, como o Monte Ebal, uma colina que fica entre as cidades palestinas de Nablus e Sa’ Nur, mais uma evidência de que a principal função desses assentamentos é a de privar o povo palestino da terra da qual são nativos.
A fieira de assentamentos também cria mais uma barreira na existência de continuidade de território palestino, medida que inviabiliza a constituição de um Estado viável.
“Lideramos uma decisão histórica para os assentamentos: 22 novos assentamentos na Judéia e Samaria (como os israelenses chamam a Cisjordânia), a renovação do assentamento no norte de Samaria e o fortalecimento da avenida oriental do Estado de Israel – o muro de escudos,” anunciou o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, assumindo o aspecto militarista e segregacionista do assalto anunciado.
“Os novos assentamentos são todos colocados dentro de uma visão estratégica de longo prazo, cujo objetivo é fortalecer o domínio israelense sobre o território, evitar o estabelecimento de um Estado palestino e criar a base para o desenvolvimento futuro dos assentamentos nas próximas décadas,” assumiu abertamente o fascista Smotrich.
Smotrich já tinha ameaçado, um mês atrás, de fazer um golpe contra o próprio governo de que faz parte, se o exército israelense não ocupar Gaza e forçar um governo militar para expulsar os palestinos. Ele também tem um cargo no chamado Ministério da Defesa israelense, como encarregado de “assuntos civis” nos territórios palestinos ocupados.
Trata-se do mesmo Smotrich que já tem defendido publicamente o genocídio palestino:
“Dentro de alguns meses… Gaza será totalmente destruída. Os cidadãos de Gaza estarão concentrados no sul. Eles estarão totalmente desesperados, entendendo que não há esperança e nada para procurar em Gaza, e estarão procurando realocação para começar uma nova vida em outros lugares,” declarou em uma conferência de “política de assentamentos” em Ofra, outro assentamento ilegal já estabelecido na Cisjordânia.
Esses assentamentos são uma total violação dos Acordos de Oslo de 1993, que dividiu o território palestinos em três zonas, e, pelo menos no papel, previu a continuação da retirada das forças do exército de Israel iniciada por Rabin antes de ser assassinado e que os israelenses passaram a desrespeitar as etapas seguintes previstas nos Acordos e, em vez disso, passaram a cercar Arafat na sede da Autoridade Nacional Palestina, também estabelecida em Oslo e violentada pelo governo do carnicieiro de Sabra e Shatila, general Sharon.
“A decisão do gabinete de estabelecer 22 novos assentamentos, o movimento mais extenso desse tipo desde os Acordos de Oslo, sob os quais Israel se comprometeu a não estabelecer novos assentamentos, remodelará drasticamente a Cisjordânia e consolidará ainda mais a ocupação”, denunciou a organização israelense “Paz Agora”.
Em julho do ano passado, a Corte Internacional de Justiça estabeleceu que a ocupação das forças de Israel em territórios palestinos é ilegal e ordenou a evacuação de todos os assentamentos da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental. Determinação descumprida por Israel.