O prazo concedido para a formação de um governo de coalizão passou, há poucos minutos, meia-noite em Tel Aviv (18:00, hora local), desta quarta-feira, sem que Bibi Netanyahu tenha conseguido sucesso na missão.
Medida já aprovada no Knesset, parlamento israelense, por 74 a 45 votos, determina o dia 17 de setembro como a data para a nova eleição.
Em todos os sentidos, pode-se dizer que a recente e mínima vantagem eleitoral obtida por Bibi no último pleito foi uma vitória pírrica.
Em primeiro lugar, por ter conseguido esta vantagem através de uma jogada suja e fraudulenta: o seu partido, o Likud enviou integrantes com 1.200 filmadoras para serem colocadas nas seções eleitorais das aldeias e cidades povoadas por árabes israelenses, para intimidar os eleitores dessa origem, dispostos a orientar seu voto em siglas opositoras.
Em segundo, por tentar, logo que seu partido obteve uma vantagem de um mandato parlamentar apenas sobre o principal opositor, Benny Gantz, combinar a formação de uma coalizão com 65 votos de apoio contra 55 de oposição, com a introdução de uma lei que lhe daria impunidade, uma vez que eles está prestes a indiciamento em 3 casos de corrupção e ainda há mais um em fase investigatória.
Esta tentativa de impedir a ação do braço da lei, inclusive com a tentativa de emplacar um projeto que limitaria os poderes da Corte Suprema do país, levou perto de 100 mil israelenses ao centro de Tel Aviv, contra o aleijão de Bibi, que significaria o sequestro do que ainda resta de democracia no país.
Com isso, as suas possibilidades de formar um governo de uma maioria, ainda que pequena, foram se esvaindo.
Antes das eleições, o premiê também foi condenado mundialmente pela aprovação, sob o seu governo, de uma lei característica de um regime de apartheid – resultante de sua entrega total à ultradireita – definindo como cidadãos com direito a reivindicar nacionalidade plena, apenas os judeus.
NATHANIEL BRAIA