“Conflito levou ao início do desfazimento da equipe econômica e ao desabamento da Bolsa de Valores e do Real”, disse o economista Nilson Araújo de Souza
A economia do país vem sofrendo as consequências do desgoverno Bolsonaro e nos últimos dias entrou em uma verdadeira convulsão, com o dólar disparando, chegando a R$ 5,65, e a bolsa de valores tendo uma perda na semana que chegou a 7,28%. O economista Nilson Araújo de Souza, doutor em Economia pela Universidad Nacional Autónoma de México (1980) e pós-doutor pela Universidade de São Paulo, avaliou que as insanidades de Bolsonaro estão agravando a situação.
“Com a economia extremamente vulnerável, mergulhada num período de estagflação, engendrada pela combinação desastrada entre o ultraneoliberalismo de Guedes e a instabilidade política resultante das constantes ameaças de golpe por Bolsonaro, qualquer faísca financeira pode gerar um incêndio na economia”, disse ele.
“Os conflitos entre a área econômica e a área política do governo a propósito de como financiar o bolsa família fake, ou seja, o programa eleitoreiro (tanto é que sua previsão de duração é até a época das eleições) de Bolsonaro, terminaram por levar ao início do desfazimento da equipe econômica e ao desabamento da Bolsa de Valores e do Real, voltando a rondar o fantasma do caos econômico. “, acrescentou Nilson. O programa não tem nem mesmo fonte garantida e está previsto para durar só até o fim de 2022.
“Os economistas neoliberais que não se reciclaram dizem que não há esse risco porque o Brasil conta com um colchão amortecedor de reservas internacionais de US$ 370 bilhões. Deixam de mostrar o outro lado da moeda: que existe aqui no país um volume bem maior de capitais especulativos, os chamados ‘investimentos estrangeiros em carteira’, prosseguiu o economista.
Na opinião do especialista a situação está muito mais grave do que admite o governo. “Se a economia estivesse andando bem, como alardeia o quase-ex-ministro Paulo Guedes, nada disso teria acontecido. Mais do que nunca, urge juntarmos todos os que gostam deste País para desfazer-mo-nos desse apátrida e começarmos um processo de reconstrução nacional”, apontou o professor Nilson Araújo.