
Denúncias contra demissões massivas de funcionários federais, arremetida da Casa Branca contra universidades onde estudantes repudiam apoio ao genocídio israelense do povo palestino, estiveram no centro dos atos de 50 cidades, entre elas Washington, Nova Iorque, San Francisco, Chicago e Denver
Milhares tomaram as ruas em Washington e em diversas cidades dos Estados Unidos para protestar contra ações recentes de Trump como as massivas deportações, demissões de funcionários públicos e apoio a Israel no genocídio em Gaza.
Denominadas de “50501” — sigla para “50 protestos, 50 estados, 1 movimento” — as manifestações deste sábado, 19, foram organizadas para coincidir com o 250º aniversário do início da Guerra de Independência dos Estados Unidos e acontecem dois dias depois de uma rodada de dezenas de manifestações estudantis por todo o país na quinta-feira, 17.
Em Washington, diante da Casa Branca, manifestantes entoavam cantos em apoio aos imigrantes que o governo Trump deportou ou está tentando deportar, ao mesmo tempo em que demonstravam solidariedade com pessoas demitidas pelo governo federal e com universidades que estão com o financiamento ameaçado por Trump.
Muitos agitavam bandeiras palestinas enquanto usavam kefiyehs — lenços típicos palestinos —, entoando “Palestina livre” e demonstrando solidariedade com os palestinos mortos na guerra de Israel em Gaza.
Também houve manifestações em Nova York, Chicago e dezenas de outras localidades.
Em Denver, centenas de manifestantes se reuniram no Capitólio do Estado do Colorado com faixas expressando solidariedade aos imigrantes.
Milhares de pessoas também marcharam pelo centro das cidades de Portland, Oregon, e em San Francisco.
Em outros lugares, protestos foram planejados em frente a concessionárias da Tesla contra o assessor de Trump, o bilionário Elon Musk, e seu papel na estiolamento da máquina federal. Outros organizaram eventos mais voltados para o serviço comunitário, como campanhas de arrecadação de alimentos, palestras e trabalho voluntário em abrigos locais.
Desde sua posse, em janeiro, Trump e seu aliado, Elon Musk, têm promovido um forte corte de recursos tirando o financiamento de projetos sociais do governo federal, demitindo mais de 200.000 trabalhadores e tentando desmantelar diversas agências estatais.
O governo também prendeu e expulsou centenas de estudantes estrangeiros, cortou e ameaçou tirar o financiamento federal de universidades por causa de protestos pró-Palestina, iniciativas de apoio a medidas de preservação climática e programas voltados para inclusão, diversidade, e equidade. Grupos de direitos humanos condenaram esse arrocho.