“Este projeto garante a soberania brasileira no nosso litoral, fortalece a indústria naval, com geração de emprego e renda, e promove o desenvolvimento do setor com muita inovação”, destacou o presidente
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (27), no lançamento ao mar do submarino Tonelero, em Itaguaí, litoral do Rio de Janeiro, embarcação fabricada inteiramente no Brasil, que o Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha, o Prosub, garante a soberania brasileira no litoral. A declaração foi feita ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, parceiro no projeto de construção dos submarinos brasileiros e que veio ao Brasil prestigiar o lançamento.
A parceria estratégica entre Brasil e França foi firmada em 2008 e visava a construção de quatro submarinos convencionais e um movido à propulsão nuclear. O orçamento do projeto gira em torno de R$ 40 bilhões. Equipados com sensores modernos, mísseis e torpedos, os submarinos construídos no âmbito do ProSub, possuem alta capacidade dissuasória por serem armas letais de difícil localização quando submersos. A embarcação foi batizada pela primeira-dama Janja Lula da Silva.
“Desse estaleiro, vislumbramos a vastidão do espaço marítimo brasileiro. 95% do comércio exterior brasileiro transita pelo Atlântico Sul. Da Amazônia Azul retiramos 85% do petróleo, 75% do gás natural e 45% dos pescados produzidos no nosso país. A proteção desse patrimônio e a manutenção do Atlântico Sul como zona de paz e cooperação são vertentes centrais da política externa brasileira”, afirmou o presidente.
“Hoje, com o complexo instalado aqui, o Brasil se posiciona dentro de um pequeno grupo de países que domina a construção de submarinos. O Prosub garante a soberania brasileira no nosso litoral, fortalece a indústria naval, com geração de emprego e renda, e promove o desenvolvimento do setor com muita inovação”, disse Lula.
O comandante da Marinha, Almirante Marcos Sampaio Olsen fez uma veemente defesa do projeto de construção de submarinos, com ênfase para o submarino movido à propulsão nuclear. Para ele, o Brasil avança científica e tecnologicamente com o avanço do projeto, além de criar empregos de alta qualidade no setor. Olsen argumentou também que o Brasil já detém a tecnologia do enriquecimento de urânio e que esta tecnologia pode ser amplamente na sociedade, como na saúde e na agricultura. “É um projeto com um grande arrasto tecnológico”, destacou.
Na cerimônia, o presidente brasileiro ressaltou a importância dos investimentos na defesa nacional. “Um país do tamanho do Brasil precisa ter Forças Armadas altamente qualificadas e altamente preparadas, a ponto de dar resposta e de garantir a paz quando o nosso país precisar”, disse Lula.
“Hoje é um dia memorável, porque eu tinha insistido para o presidente Macron vir ao Brasil, conhecer esse estaleiro, porque ele diz que é um dos mais modernos do mundo, mas eu disse para ele que se ele viesse, ele não iria ver um dos mais modernos, ele iria ver o estaleiro mais sofisticado desse século, construído aqui no Brasil para, junto com a França, construir o nosso primeiro submarino de propulsão nuclear”, acrescentou o mandatário.
Para Lula, “um país que quer proteger a soberania de seu povo tem que se preocupar com seus espaços aéreo, marítimo e terrestre, além das riquezas naturais”. “Mas, sobretudo, temos que nos preocupar com a tranquilidade de 203 milhões de brasileiros e nos preocupar com a tranquilidade que precisamos garantir ao planeta Terra, porque hoje nós sabemos que existe um problema muito sério de animosidade contra o processo democrático desse país, contra o processo democrático do planeta Terra”, ressaltou Lula.
Temos que aproveitar amizade para produzir Inteligência Artificial do bem, disse Lula. Ainda durante seu discurso no lançamento da embarcação, o chefe do Executivo reforçou que os laços entre Brasil e França, além da troca de conhecimentos científicos e tecnológicos, devem ser aproveitados para o desenvolvimento de “uma Inteligência Artificial do bem”.
“Temos que aproveitar esse entendimento, para que a gente possa fortalecer os dois países, trocar conhecimentos científicos e tecnológicos, para que a gente possa produzir uma Inteligência Artificial do bem, para ajudar a cuidar da saúde, ajudar o povo pobre, melhorar a descarbonização do planeta Terra. E não uma Inteligência Artificial para contar mentiras e fake news todo santo dia aos ouvidos e olhos de todos os seres humanos”, frisou Lula.
O presidente destacou ainda que o reforço do Brasil na área de defesa não visa promover guerras, e sim garantir que o país seja soberano e que a região em que se encontra siga como uma ‘zona de paz’. “[Macron] Volte para a França e diga aos franceses que o Brasil está querendo os conhecimentos da tecnologia nuclear não para fazer guerra. Queremos ter o conhecimento para garantir a todos os países que querem paz, que saibam que o Brasil estará ao lado de todos, porque a guerra não constrói, a guerra destrói. O que constrói é desenvolvimento, é conhecimento científico, tecnológico e é nessa área que nós queremos fortalecer a nossa parceria com o povo francês”.
Assista à cerimônia de lançamento do submarino Tonelero
Nem tanto! O que precisa é termos o submarino movido a energia nuclear, que está atrasada há décadas. Para tal, essa deve ser uma prioridade do Estado e não apenas de nossa força naval como tem sido até o momento. Soberania não se faz com discursos, mas com atitudes! Aliás, o Estado brasileiro, precisa resgatar em vida, o Almirante Oto, um dos heróis do desenvolvimento da tão necessária energia nuclear, vilipendiado que foi, pelas forças do império, e seus aliados internos!