No Rio a rejeição a Crivella vai a 72% e 41% acham Bolsonaro ruim ou péssimo

Jair Bolsonaro e Marcelo Crivella (Foto: reprodução)

Para 86% dos cariocas a saúde pública privatizada é o principal problema da cidade, seguida pela violência com 12%

Pesquisa Datafolha, realizada no Rio de Janeiro entre os dias 11 e 13 de dezembro, revela que o prefeito da cidade, Marcelo Crivella (Republicanos), sobrinho do chefe da Igreja Universal, Edir Mecedo, base do bolsonarismo, ex-senador e ex-ministro do governo Dilma, tem a reprovação de 72% dos eleitores.

Apenas 8% consideram boa ou ótima sua administração. A pesquisa avaliou também as intenções de voto na eleição para a prefeitura da capital e Eduardo Paes (Dem) aparece em primeiro. Ele obteve 22% das intenções de voto, seguido por Marcelo Freixo (Psol), com 18%.

A pesquisa consultou a opinião dos moradores da Cidade Maravilhosa sobre o governo Bolsonaro. O resultado mostra que a rejeição a Bolsonaro já é maior no Rio de Janeiro do que em outras capitais. Para 41% dos cariocas a administração de Jair Bolsonaro é ruim ou péssima. A nota dada pelo povo do Rio ao governo federal foi de reles 4,4 em média. Apenas 29% consideram a administração federal como boa ou ótima.

Outro quesito avaliado pela pesquisa do Datafolha revela que o poder de influenciar eleitores por parte do “mito” – que a onda bolsonarista impulsionou na eleição passada – desabou. Segundo o instituto, apenas 13% dos entrevistados declararam que escolheriam o candidato apoiado por Bolsonaro.

Outros 25% disseram que talvez votassem no indicado pelo presidente. Já 60% afirmaram que não votariam num nome referendado por ele.

O ex-presidente Lula apresenta resultado semelhante. De acordo com a pesquisa, 19% escolheriam o nome apoiado pelo petista, outros 19% talvez seguissem a indicação, e 61% não votariam num candidato referendado por ele.

Uma figura símbolo do bolsonarismo no Rio de Janeiro, o bispo Edir Macedo, chefão da Igreja Universal, dono da TV Record, e, como dissemos, tio de Crivella, tem a rejeição de 82% dos eleitores consultados. Apenas 5% dos entrevistados afirmaram que a indicação de Macedo os faria escolher um candidato.

Bolsonaro, ajoelhado; em pé, o dono da Record e chefe da Igreja Universal, Edir Macedo (foto: reprodução a partir de vídeo)

Bolsonaro tem a sua imagem muito associada à figura do bispo da Universal. Apareceu recentemente ajoelhado diante de Edir Macedo numa cerimônia aparente de tentativa de desencapetamento.

Assim como faz com o futebol, vestindo a camisa de times diferentes, para parasitar suas vitórias, Bolsonaro faz com a religião. Ora é evangélico, ora é católico dependendo das conveniências políticas.

A pesquisa procurou saber quais os problemas mais sentidos pela população carioca. Disparado o problema mais sentido foi o da Saúde Pública.

SAÚDE PRIVATIZADA

A onda neoliberal que tudo privatiza e que tem na figura de Paulo Guedes, ministro de Bolsonaro, a figura mais evidente, arrasou a Saúde que era pública no Rio de Janeiro.

Com praticamente toda a rede municipal transferida para grupos privados, travestidos de Organizações Sociais (OS), a Saúde do Rio entrou em colapso e foi considerado o principal problema da cidade por 86% dos entrevistados.

Com um agravante, denunciado pelo ex-deputado Brizola Neto (PCdoB), de que uma OS (Pró-Saúde) contratada sem licitação, recebe 60% de toda a verba da atenção primária do Rio.

População sem atendimento (reprodução TV Globo)

VIOLÊNCIA

O segundo maior problema, apontado por 12% dos entrevistados, foi a violência.

Esse é um problema que tem infernizado a vida dos cariocas de todas as maneiras possíveis. O tema da violência foi o mote de campanha do atual governador, Wilson Witzel (PSC), que foi eleito na onda bolsonarista defendendo franco atiradores nas comunidades.

Em seu primeiro ano de governo, a população está bastante decepcionada com ele. Witzel tem a gestão avaliada positivamente por somente 18% dos moradores da capital. Seu governo é rejeitado por 40%. Outros 40% a consideram regular. A administração do estado teve nota 4,1, em média, menos ainda do que a de seu antigo cabo eleitoral.

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