No Rio Grande do Sul, vitórias maiúsculas e algum retrocesso

Assembleia de servidores públicos do Rio Grande do Sul, 17/12/2019 (foto: SINTERGS)

PROFESSOR HENRIQUE HETTWER

O estelionatário eleitoral Eduardo Leite tenta destruir parte significativa do alicerce social e econômico do RS, o serviço público, para atender ditames de monopólios sonegadores e grandes bancos, tentando ser a debutante Chicago Boy no baile encantado do entreguismo e rentismo.

Porém, irmanados desde 18 de novembro, centenas de milhares de gaúchas e gaúchos ocuparam as ruas, as praças, as estradas, de dia, à noite, sob sol, sob chuva, para defender os pilares erguidos por gerações de lutadores, patrimônio do povo gaúcho, a educação, a saúde, a segurança, o serviço público, tão necessários.

Mobilizações por diversos rincões, pequenos, médios e grandes municípios, inéditas, tomaram proporções imensas. Como resultado, quase 2.000 escolas paralisadas; mais de 300 câmaras municipais enviaram moções de repúdio; o comércio solidarizou-se; estudantes e familiares realizaram passeatas; a FAMURS [Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul] repudiou com veemência o pacote de maldades.

Em Porto Alegre, recordes de participação nas manifestações populares a cada semana.

O RS agigantou-se, uniu-se, contra o extermínio de seu futuro.

O mentiroso recolheu-se, foi a Nova Iorque, teve encontros com Guedes. Perdeu a maquiagem, foi desmascarado. No lugar do olhar de outrora, de promessas brilhantes e midiáticas, havia olheiras profundas e espanto. E pavor!

Nas últimas duas semanas uniram-se policiais civis, brigadianos, agentes penitenciários, em manifestações inéditas e avassaladoras.

Até que o calor e a força das ruas inundou a Assembleia Legislativa e contagiou até mesmo deputados da base de Leite, mesmo com suas promessas de milhões de emendas e dezenas de cargos comissionados, num estado em crise (sic).

De todos os projetos apresentados, Leite conseguiu votar apenas um, a PEC 503, totalmente alterado pela articulação na Assembleia, modificando significativamente o grotesco projeto, ainda que o aprovado seja um retrocesso que viola direitos garantidos, taxa aposentados arrochados, para engordar bancos e miserabilizar o povo.

Contudo, temos uma maiúscula vitória, que transferiu a votação para 2020, ano eleitoral, de agudização dos conflitos dentro da base de Leite em suas disputas uterinas, em que será possível a concentração de mais forças para derrotar todos os projetos de maldades. Todos, tornamo-nos pessoas melhores, emancipamo-nos ainda mais. Resgatamos a velha máxima: povo unido, jamais será vencido!

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