“Nordeste poderá romper com o governo”, avisa Tasso Jereissati

Parlamentar projetou rompimento do Estado com o governo | Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado / CP

Nordeste recebeu somente 3% da verba para os mais pobres. “Isso é uma das extravagâncias mais perversas que já vi de um governo”, disse o senador em vídeo

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) divulgou um vídeo em suas redes sociais na sexta-feira, condenando a discriminação do governo federal com a população do Nordeste. O governo priorizou, em janeiro, famílias das Regiões Sul e Sudeste, que ficaram com 75% das novas concessões, enquanto famílias do Nordeste responderam por apenas 3,0% das inclusões.

O parlamentar do Ceará denunciou os cortes do Bolsa Família para o Nordeste, onde está o maior número de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza no País. “Isso é uma das extravagâncias mais perversas que já vi de um governo”, disse Jereissati no vídeo. “Isso pode significar o rompimento do Nordeste com o governo federal”, avisou o senador tucano.

A bancada do Nordeste tem 151 deputados e 27 senadores. “Estou solicitando a convocação, com urgência, do Ministro da Cidadania para vir ao Senado Federal e explicar esse fato, para que possamos tomar as medidas cabíveis”, afirmou.

O subprocurador-geral do MP-TCU, Lucas Rocha Furtado, que pediu a abertura de uma auditoria, alerta que uma “política discriminatória”, se confirmada, configurará “flagrante desvio de finalidade pública”.

Antes de ter sua fatia do Bolsa Família reduzida a 3,0% em janeiro, o Nordeste vinha respondendo por 35% a 39% dos novos benefícios ao longo de 2019, conforme apontou a reportagem.

A queda na participação aconteceu justamente em janeiro, com a liberação de 100 mil novas concessões. A liberação veio após sete meses de retenção do programa social. A média de inclusões ficou em torno de 6 mil ao mês.

O Ministério da Cidadania diz que “são priorizadas as cidades que apresentam menor porcentual de cobertura do programa frente à estimativa de famílias em situação de pobreza”. Mas a pasta não detalha as razões para a fatia do Nordeste ter caído mais de dez vezes num mês de maior liberação de benefícios.

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