O presidente americano Joe Biden já sabe que a batalha na Ucrânia está perdida mas tenta de todas as maneiras adiar a derrota final para depois das eleições
Completados dois anos da guerra da OTAN/Ucrânia contra a Rússia, o ocidente e seu teleguiado, Vladmir Zelensky, não têm muito o que comemorar. O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, afirmou neste sábado (24), durante uma reunião em Bruxelas, que “a situação da Ucrânia no campo de batalha é extremamente grave”. “A situação no campo de batalha continua extremamente grave”, advertiu Stoltenberg.
A fala, obviamente, tem como objetivo principal tentar convencer o Congresso Americano a liberar mais recursos para a Ucrânia, já que a contraofensiva do final do ano passado fracassou completamente. Mas, seu conteúdo não deixa de pintar a realidade desastrosa das tropas ucranianas nos campos de batalha. Os países da União Europeia já não conseguem fazer muita coisa e também afundam em crise. Vários países do bloco já presenciam grandes manifestações populares, de trabalhadores e até de produtores rurais contra a ajuda militar à Ucrânia.
O presidente americano Joe Biden já sabe que a batalha na Ucrânia está perdida mas tenta de todas as maneiras adiar a derrota final para depois das eleições. Ele não quer repetir o vexame que foi a retirada às pressas de suas tropas do Afeganistão depois da surra tomada naquele país. O esforço para liberar o pacote com os US$ 60 bilhões, que os republicanos não querem permitir, tem esse objetivo, de não perder a eleição por antecipação.
A conquista da cidade de Avdeevka, na região do Donbass, na semana passada pelas forças russas representou uma derrota estratégica para Zelensky. Ele já havia passado por uma crise no comando de suas forças e, assim que o novo comandante assumiu, as tropas que lutavam em Avdeevka já estavam abandonando as trincheiras e largando milhares de armas e munições que foram capturadas pelos russos.
Sem falar que mais de mil soldados ucranianos, muitos deles feridos, foram deixados para trás e também foram capturados pelas tropas russas.
Mesmo tendo que reconhecer que a situação da Ucrânia é “grave” e que a OTAN está tomando uma surra dos russos, Jens Stoltenberg segue com suas bravatas de sempre. Afirmou que a aliança “está se articulando para que Kiev realmente se torne mais um país-membro”.
“[…] A Ucrânia está agora mais próxima da OTAN do que nunca […]. A Ucrânia vai aderir à OTAN. Não é uma questão de se, mas de quando”, apontou. Ele reafirmou o compromisso dos “aliados” em continuar a fornecer armas e apoio econômico a Kiev.
A Rússia, por sua vez, pediu, através do seu chanceler Sergei Lavrov, para que países do Ocidente deixem de armar a Ucrânia para que um diálogo possa ser alcançado. Nesta semana, Lavrov voltou a fazer o mesmo pedido em viagem ao Brasil para a cúpula de chanceleres do G20. Moscou já deixou claro que qualquer armamento internacional em território ucraniano será alvo das Forças Armadas russas.
A mídia norte-americana já admite que a contraofensiva ucraniana fracassou. Ela afirma que eventos como a recaptura de Avdeevka pela Rússia sinalizam uma nova realidade que Vladimir Zelensky foi forçado a reconhecer, escreveu no sábado (24) a revista norte-americana Time. “A tão esperada contraofensiva do ano passado fracassou”, reconheceu no sábado (24) em um editorial Anatol Lieven, do Instituto Quincy, acrescentando que a retórica de Washington mudou de acordo com isso.
“A estratégia do governo Biden agora é manter a defesa ucraniana até depois das eleições presidenciais dos EUA [de novembro de 2024], na esperança de enfraquecer as forças russas em uma longa guerra de desgaste”, acrescentou o articulista. “A esperança agora é que as forças de Kiev alcancem o tão esperado avanço em 2025, ou talvez no ano seguinte, mas “a Rússia nunca concordará, na mesa de negociações, em ceder terras que conseguiu manter no campo de batalha”, argumentou Lieven.
“Os territórios ucranianos perdidos estão perdidos”, apontou o jornalista. “Por mais doloroso que um acordo de paz seja hoje, ele será infinitamente mais doloroso se a guerra continuar e a Ucrânia for derrotada”, sugeriu ele.
As forças russas informam que desde o início da operação foram destruídos 574 aviões, 267 helicópteros, mais de 13.000 veículos aéreos não tripulados, 473 sistemas de defesa antiaérea, mais de 15.000 tanques e outros veículos blindados de combate, 1.225 lançadores múltiplos de foguetes, 8.161 peças de artilharia de campanha e morteiros e 19.055 unidades de veículos militares especiais ucranianos, resumiu o Ministério da Defesa da Rússia.